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Atos por contratações na Caixa e repúdio ao PLS 555

Linha fina
Manifestações, no mesmo dia da rodada de negociação, também lembraram imposição da pausa de 15 minutos para mulheres no banco
Imagem Destaque
São Paulo – Em dia de negociação, a campanha Mais Empregados para a Caixa, Mais Caixa para o Brasil percorreu diversos pontos de São Paulo. As manifestações foram no Alto do Ipiranga, São Miguel Paulista, Parque São Jorge, Villa Lobos e em Osasco, na manhã da sexta-feira 18. A negociação específica do banco ocorria ao mesmo tempo, em Brasília.

> Fotos: galeria da mobilização na Caixa

Além de pedir mais contratações, os atos alertaram empregados e clientes do banco sobre o PLS 555/2015 e a pausa de 15 minutos para mulheres. O Projeto de Lei do Senado quer transformar empresas públicas e de economia mista em sociedades anônimas, o que atinge o caráter público da Caixa Federal.  “O PLS foi repudiado com unanimidade, ele é uma ameaça ao banco público, aos clientes e a toda a população brasileira que é a verdadeira dona da empresa”, afirma o diretor do Sindicato Francisco Pugliesi.

Já a pausa de 15 minutos para as mulheres antes do início da jornada extraordinária, passou a ser adotada pelo banco neste mês. O intervalo é obrigatório e não remunerado e está sendo criticado pelas bancárias, pois com a medida acabam ficando 15 minutos a mais no trabalho sem receber por isso. “A Caixa está indo na contramão do que o Banco do Brasil está fazendo, para nós isso é uma afronta”, comentou  o dirigente. O Banco do Brasil havia passado a adotar a medida em janeiro, no entanto, com a mobilização dos funcionários e do Sindicato interrompeu a prática.

A regra de 15 minutos de pausa para mulheres baseia-se no artigo 384 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e faz parte de sua redação original, que data de 1943.

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Mais empregados – “Entregamos uma carta aos bancários e aos clientes. Também nos reunimos na agência do Parque São Jorge com a área de Cobrança e falamos sobre a posição intransigente do banco em relação às contratações, o fechamento de postos de trabalho e a Campanha Nacional 2015”, ressaltou o diretor do Sindicato.

O abaixo-assinado pedindo mais contratações, que vem contando com grande apoio da população, também recolheu adesões durante os atos. A campanha é uma resolução do 31º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), ocorrido em junho. Além de atos em todo o país, mobilizou manifestações via internet por meio da hashtag #MaisEmpregadosJá.

“Os atos foram importantes, pois, deixaram claro que os empregados da Caixa estão insatisfeitas com a intransigência da empresa e prontos para a luta caso o banco continue com sua política de assédio institucionalizado. Clientes e população fizeram questão de assinar o abaixo assinado”, apontou.

Os dados do Caged mostram que o número de demitidos na Caixa foi de 3.057 de janeiro a junho deste ano, o que contabilizou saldo negativo entre admitidos e desligados de 2.058 postos de trabalho. Um dos principais responsáveis pelos números é o Plano de Apoio à Aposentadoria, por meio do qual milhares de trabalhadores deixaram a empresa, sem recomposição do quadro até agora.

A Caixa possui 80 milhões de correntistas e poupadores, além de ser responsável por milhões de benefícios do programa Bolsa Família, seguro-desemprego, PIS, abono salarial e as aposentadorias e pensões do INSS. O banco lucrou R$ 3,5 bilhões no primeiro semestre de 2015.


Luana Arrais – 18/9/2015
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