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Bancários em cenário de guerra no Bradesco

Linha fina
Após agência do Bradesco ser destruída em roubo de caixas-eletrônicos, Sindicato verificou que sete funcionários permaneciam no local, em meio aos escombros
Imagem Destaque
São Paulo – Bancários trabalhando em um cenário de guerra, com barulho, poeira e escombros para todo lado. A situação, que a princípio parece surreal de tão absurda, foi verificada pelo Sindicato em uma agência do Bradesco, localizada na zona sul de São Paulo. No sábado 29, o local teve os terminais de autoatendimento atacados a bomba por criminosos. A força da explosão foi tão grande que praticamente destruiu a agência, deixando intactos somente os departamentos localizados nos fundos do imóvel: cozinha, tesouraria e administrativo.

Ao tomar conhecimento do fato, a dirigente sindical Fernanda Reis foi até a agência na terça-feira 1º e lá encontrou três vigilantes e sete bancários, entre eles duas funcionárias grávidas, em um ambiente totalmente insalubre, dividindo espaço com os trabalhadores que realizam as obras de recuperação do local.  

“Os bancários foram orientados a sair imediatamente da agência. Cinco funcionários foram para outros locais e seguiram com suas atividades. Já os gerentes geral e administrativo permaneceram para supervisionar as obras, mas já foram comunicados que vão ter de tocar a reforma remotamente, de outro local”, conta a dirigente sindical. “O ambiente é completamente insalubre e, para piorar, em breve serão aplicados produtos químicos extremamente fortes no local”, acrescenta.

De acordo com Fernanda, o Sindicato irá acompanhar de perto a situação para garantir que os trabalhadores retornem ao local somente quando forem asseguradas as condições necessárias para que desempenhem suas funções sem risco para a saúde. “Só aceitaremos o retorno após a reforma ser concluída”, afirma.

Roubos a bancos - Segundo registros da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, referentes aos sete primeiros meses de 2015, o número de roubos a bancos aumentou em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e julho foram registrados 111 crimes deste tipo, contra 100 no mesmo período de 2014, um aumento de 11%. Somente na capital foram verificados 54 roubos até o final de julho, contra 45 em 2014, um crescimento de 20%. Nestas estatísticas não estão incluídos as explosões de caixas-eletrônicos.

> Roubos a bancos crescem em São Paulo

“Verificamos que a ocorrência de ataques a terminais de autoatendimento, principalmente na zona sul de São Paulo, aumentou de forma significativa. Os bancos não passam estas informações para os dirigentes sindicais. Portanto, é importante que os bancários relatem a ocorrência desse tipo de situação ao Sindicato. Assim podemos cobrar das instituições as devidas medidas de segurança e também que assegurem a integridade física dos trabalhadores”, diz Fernanda. 


Felipe Rousselet – 1º/9/2015
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