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TI da Caixa entra na greve dos bancários por direitos

Linha fina
No 18º dia, paralisação ganha força com adesão de empregados de dois setores do banco público, que reforçam coro por reajuste digno e contra retirada de garantias trabalhistas planejadas por governo Temer
Imagem Destaque
Redação Spbancarios
23/9/2016


São Paulo – Um dia após os bancários fecharem as matrizes do Santander, Bradesco, Itaú, Caixa e Banco do Brasil, os empregados das áreas de tecnologia da informação da Caixa também entraram na greve. Na sexta-feira 23, os setores Cepti e Cedes tiveram as atividades paralisadas para forçar a direção do banco a negociar reajuste salarial digno e melhores condições de trabalho.

A paralisação foi organizada pelo Sindicato após denúncias de que o banco estava desrespeitando o direito constitucional de greve por meio de contingenciamento. “A greve, que já era forte, está crescendo com novas adesões a cada dia”, comemora Ricardo Terrível, dirigente sindical e empregado da caixa.

“Queremos uma proposta com índice de reajuste digno, manutenção da PLR social, que é uma conquista dos empregados que entendemos ser inalienável, e a manutenção da Caixa 100% pública. Nossa luta é por nenhum direito a menos”, reforça Ricardo.

Os empregados dos setores de TI da Caixa reivindicam, ainda, o aperfeiçoamento do plano de funções gratificadas, além de melhorias nos processos de ascensão profissional e critérios mais claros e isentos nos trâmites para o descomissionamento.

Retirada de direitos – Este ano, a Caixa implantou uma série de mudanças na RH 184 que retiraram direitos dos empregados, como o fim da incorporação de função, e a extinção das funções de caixa e tesoureiro.

Outra novidade são as alterações nos critérios para retirada de funções, o que levou ao aumento dos descomissionamentos. O motivo 950, por exemplo, determina que o empregado pode ser descomissionado por “quebra de fidúcia”, ou seja, quebra de confiança. “O trabalhador pode perder a comissão devido a um julgamento totalmente arbitrário e subjetivo do seu gestor”, critica o funcionário da Caixa e diretor executivo do Sindicato, Dionísio Reis.

“De forma arbitrária e antidemocrática, a direção do banco vem impondo uma reestruturação que prejudica muito os empregados”, continua Dionísio. “Tudo isso deveria ter sido discutido com o movimento sindical antes de ser implantado. É indispensável que o banco negocie com os representantes dos trabalhadores a reestruturação, para que o processo seja transparente, objetivo e não prejudique os empregados.”

Terceirização – O setor de TI encara, ainda, a ameaça da terceirização. Dos cerca de 400 empregados das duas áreas, 50 são terceirizados. Essa realidade pode ficar ainda pior caso seja aprovado o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, que legaliza a terceirização de todas as áreas de uma empresa.

O texto já foi aprovado na Câmara e agora tramita do Senado. O governo Temer defende a medida. Portanto, se o Senado aprovar o texto do jeito que está, será praticamente impossível reverter a situação.

Por isso, na quinta-feira 22, bancários se uniram a outras categorias em manifestação na cidade de São Paulo contra a terceirização e outras ameaças aos direitos sociais.

> Por nenhum direito a menos, trabalhadores unidos!

No setor bancário, um contratado indiretamente chega a ganhar 70% menos do que um funcionário direto, não recebe a PLR do banco e tem menos direitos.

No mercado de trabalho, de uma forma geral, o empregado terceirizado ganha em média 27% menos, trabalha três horas a mais por semana e fica cerca de 2,6 anos a menos no mesmo emprego. Os dados são de pesquisa elaborada pelo Dieese em conjunto com a CUT.
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