São Paulo – A Caixa atingiu lucro líquido de R$ 4,1 bilhões no primeiro semestre de 2017, evolução de 69,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. As despesas de captação da Caixa tiveram redução de 12%. Essa é a principal despesa do banco, e, portanto, tem grande impacto do resultado.
As operações comerciais com pessoas físicas e jurídicas totalizaram R$ 182,7 bilhões, redução de 6,6% em 12 meses, impactadas, principalmente, pelo segmento pessoa jurídica que apresentou queda de 10,2% e pessoa física que reduziu 3,3%.
O banco público eliminou 5.486 postos de trabalho em 12 meses. O número de estagiários e aprendizes apresentou queda de 3.626 no mesmo período. As despesas de pessoal foram impactadas pelo Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE) e cresceram 12%. Sem esse efeito, as despesas de pessoal aumentariam 6,4%.
As receitas com prestação de serviços cresceram 12,5% em 12 meses, totalizando R$ 12,2 bilhões. Com essa receita a Caixa cobre 109% das despesas de pessoal.
A carteira de crédito alcançou saldo de R$ 715,9 bilhões, avanço de 3,5% em 12 meses. O crescimento das operações de habitação, saneamento e infraestrutura, e crédito consignado foram os principais responsáveis pelo aumento da carteira.
O crédito habitacional atingiu o saldo de R$ 421,4 bilhões crescimento de 7,0% em relação a junho de 2016, o que representa 68,1% do mercado. As operações de saneamento e infraestrutura apresentaram saldo de R$ 79,9 bilhões, avanço de 5,3% em 12 meses.
O índice de inadimplência encerrou junho de 2017 com redução de 0,7 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 2,51%, significativamente abaixo da média do mercado de 3,74%. Com isso as despesas de PDD tiveram queda de 3,3% no período.
De acordo com o Ministério do Planejamento, a liberação das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – operação executada pelos empregados da Caixa – trará um impacto positivo sobre o Produto Interno Bruto (PIB), que pode alcançar 0,61 ponto percentual. No total, 26 milhões de trabalhadores sacaram R$ 44 bilhões.
“Os trabalhadores da Caixa tiveram muita responsabilidade nessas operações. Isso mostra como o banco público pode contribuir com a economia do país e com o desenvolvimento social se o governo investir no crescimento da instituição”, afirma o dirigente do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Dionísio Reis.
A Caixa está enfrentando ataques do governo Temer com a dminuição de agências e de postos de trabalho. Cerca de 9 mil empregados já se desligaram do banco por meio de planos de demissão voluntária. A defesa dos bancos públicos é uma luta histórica do Sindicato, por meio de diversas ações, como audiências públicas, protestos e também por meio da cartilha Em Defesa dos Bancos Públicos.
PLR e reajuste garantidos – O dirigente ressalta que a PLR será paga até 30 de setembro – quando se completa um ano do acordo de dois anos. O Sindicato cobrou e mesmo diante da negativa da Caixa em antecipar a data, o acordo conquistado em 2016 garantiu a PLR social e o reajuste acima da inflação em um ambiente econômico desfavorável.