São Paulo – As mudanças do Itaú na premiação por tempo de casa estão gerando muita insatisfação nos bancários. Além de ter abolido a festa anual e acabado com a entrega de ações e o relógio de ouro, agora o banco decidiu, unilateralmente, contemplar somente os bancários que completam cinco anos de casa ou múltiplos de cinco. O anúncio foi feito no dia 19 e não é retroativo.
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“O cômico desta premiação é mascarar o que realmente acontece dentro do Itaú, onde os trabalhadores não têm chance nenhuma de carreira profissional, ou seja são usados e descartados como se fossem ‘um nada’”, critica a dirigente sindical e bancária do Itaú Valeska Pincovai.
Outro agravante é a discriminação dos bancários com idade acima de 40 anos, que são considerados sem “brilho nos olhos” – palavras ditas por uma funcionária que não conseguia uma vaga de realocação porque seu PAB seria desativado. “Muitos bancários e bancárias reclamam que depois dessa idade as promoções são barradas e tudo fica mais difícil, já que são ameaçados de demissão o tempo todo”, afirma Valeska.
“Como o bancário vai ficar no banco e não envelhecer? Tudo isso é uma piada! Chegar aos 30 anos de serviços no Itaú, então, é raridade. Ninguém atinge esse tempo porque o Itaú discrimina e demite os bancários mais antigos”, denuncia Valeska, acrescentando que a prática do banco é demitir os mais velhos de casa e substituí-los por mais novos quando ocorrem planos de redução de custos nas áreas.
“O novo modelo de premiação é um cala boca para tentar mostrar como o banco é decente e valoriza seus funcionários e para evitar que os trabalhadores acionem a Justiça cobrando as ações que eram dadas”, afirma Valeska.
O Sindicato orienta os funcionários aposentados a ingressarem com processos cobrando as ações que eram fornecidas.
“O Itaú tem de reconhecer seus funcionários dando oportunidades de carreira, criando um Plano de Cargos e Salários decente e implementando programas próprios de remuneração sem deixar nenhum trabalhador de fora, premiando a todos com parte dos resultados do banco de uma forma clara e justa como merecem!”, finaliza Valeska.