O Santander está promovendo a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat) simultaneamente em todos os centros administrativos e agências do banco. O Sindicato identificou melhorias em relação às Sipats dos anos anteriores, quando o evento se limitou a palestras e cursos online.
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“Apesar dos avanços, o formato deste ano continua muito longe do ideal, considerando que o Santander foi condenado a pagar indenização de R$ 274 milhões porque submete trabalhadores a metas abusivas que aumentaram o índice de adoecimento mental e ocupacional”, afirma Lucimara Malaquias, dirigente sindical e bancária do Santander.
Na sentença em questão, o juiz do Trabalho Gustavo Carvalho Chehab, da 3ª Vara do Trabalho de Brasília, enfatizou que “se o réu [Santander] fosse posicionado na relação de maiores incidências de transtornos mentais ocupacionais, estaria ocupando a sétima posição, a frente de atividades econômicas inteiras como hipermercados e telemarketing”.
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Na Sipat deste ano, o banco disponibilizou jogos para estimular memória, paciência, raciocínio lógico, atenção e concentração. Também forneceu reflexologia, na qual um profissional indica os pontos das mãos que devem ser estimulados ou pressionados a fim de evitar ou atenuar doenças causadas por esforço repetitivo, como tendinite ou bursite.
Contudo, o banco está disponibilizando algumas atividades presenciais apenas para uma pequena parcela dos funcionários. É o caso da meditação, a qual somente os empregados da Torre (sede do banco) podem pratica-la de forma presencial. Os demais funcionários devem acompanhar pelo aplicativo GoGood.
A dirigente Lucimara lembra que o país está celebrando o Setembro Amarelo, uma campanha de prevenção ao suicídio. A dirigente enfatiza que as metas abusivas, aliadas ao assédio moral e a carga de trabalho excessiva, aumentam a responsabilidade do Santander na prevenção e conscientização das doenças psicossomáticas, como depressão e síndrome do pânico, que tem alta incidência entre os bancários, justamente devido ao ambiente de trabalho massacrante em busca dos lucros exorbitantes.
Para Lucimara, a Sipat é a ocasião ideal na qual o banco poderia promover palestras presenciais e permitir que os trabalhadores interrompessem suas atividades para discutir temas sobre saúde e prevenção de doenças sem gerar consequências nas metas, na AQO e na aderência.
“Isso não é custo, é investimento. E os benefícios, no médio e longo prazo, não serão apenas para os trabalhadores, mas para o banco, que terá menos afastamentos e menos pessoas trabalhando doentes”, avalia a dirigente.
“Portanto, permanece a nossa reivindicação para que o banco estabeleça parceria com o Sindicato e com outras entidades que atuam na conscientização e prevenção de doenças”, finaliza Lucimara.