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Sipat do Santander ainda está longe do ideal

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Semana Interna de Prevenção de Acidentes de 2019 apresenta melhorias em relação aos anos anteriores, mas continua aquém do necessário em um banco que ocupa as primeiras posições nas incidências de transtornos mentais e ocupacionais
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O Santander está promovendo a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat) simultaneamente em todos os centros administrativos e agências do banco. O Sindicato identificou melhorias em relação às Sipats dos anos anteriores, quando o evento se limitou a palestras e cursos online.

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“Apesar dos avanços, o formato deste ano continua muito longe do ideal, considerando que o Santander foi condenado a pagar indenização de R$ 274 milhões porque submete trabalhadores a metas abusivas que aumentaram o índice de adoecimento mental e ocupacional”, afirma Lucimara Malaquias, dirigente sindical e bancária do Santander. 

Na sentença em questão, o juiz do Trabalho Gustavo Carvalho Chehab, da 3ª Vara do Trabalho de Brasília, enfatizou que “se o réu [Santander] fosse posicionado na relação de maiores incidências de transtornos mentais ocupacionais, estaria ocupando a sétima posição, a frente de atividades econômicas inteiras como hipermercados e telemarketing”.

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Na Sipat deste ano, o banco disponibilizou jogos para estimular memória, paciência, raciocínio lógico, atenção e concentração. Também forneceu reflexologia, na qual um profissional indica os pontos das mãos que devem ser estimulados ou pressionados a fim de evitar ou atenuar doenças causadas por esforço repetitivo, como tendinite ou bursite.

Contudo, o banco está disponibilizando algumas atividades presenciais apenas para uma pequena parcela dos funcionários. É o caso da meditação, a qual somente os empregados da Torre (sede do banco) podem pratica-la de forma presencial. Os demais funcionários devem acompanhar pelo aplicativo GoGood.

A dirigente Lucimara lembra que o país está celebrando o Setembro Amarelo, uma campanha de prevenção ao suicídio. A dirigente enfatiza que as metas abusivas, aliadas ao assédio moral e a carga de trabalho excessiva, aumentam a responsabilidade do Santander na prevenção e conscientização das doenças psicossomáticas, como depressão e síndrome do pânico, que tem alta incidência entre os bancários, justamente devido ao ambiente de trabalho massacrante em busca dos lucros exorbitantes. 

Para Lucimara, a Sipat é a ocasião ideal na qual o banco poderia promover palestras presenciais e permitir que os trabalhadores interrompessem suas atividades para discutir temas sobre saúde e prevenção de doenças sem gerar consequências nas metas, na AQO e na aderência. 

“Isso não é custo, é investimento. E os benefícios, no médio e longo prazo, não serão apenas para os trabalhadores, mas para o banco, que terá menos afastamentos e menos pessoas trabalhando doentes”, avalia a dirigente.  

“Portanto, permanece a nossa reivindicação para que o banco estabeleça parceria com o Sindicato e com outras entidades que atuam na conscientização e prevenção de doenças”, finaliza Lucimara. 

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