Ocorreu, na sexta-feira 11, o Fórum de Saúde e Condições de Trabalho de SP. O encontro, realizado virtualmente por conta da pandemia, contou com a participação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região; Apcef/SP, e representantes da Caixa (segurança, logística, pessoas, tecnologia, jurídico e áreas específicas a que se referem as demandas colocadas pelos empregados).
O fórum tem previsão de ocorrer mensalmente e funciona da seguinte forma: os empregados informam os casos específicos ocorridos nos locais de trabalho – devem ser denúncias concretas e não problemas genéricos – aos representantes dos trabalhadores que, por sua vez, as reportarão à Gipes e às chefias das áreas. Após os dirigentes apresentarem os problemas, a Caixa em cerca de 10 dias monta o Fórum e tem 30 dias para trazer uma solução para as questões.
As demandas específicas devem ser encaminhadas por meio do WhatsApp +55 11 97333-2513.
> Empregado Caixa: ajude a combater as péssimas condições de trabalho
No fórum realizado na sexta-feira 11 foram debatidos os seguintes temas: cobranças de metas de forma proibida pela CCT; trabalho em inconformidade com os protocolo de saúde definidos na pandemia; jornadas de trabalho superando 12 horas diárias; ausência de abertura de CAT para empregados contaminados pelo coronavírus; problemas estruturais como porta giratória, ar-condicionado e mobiliário de unidade.
“O Fórum de Saúde e Condições de Trabalho é a instância adequada para buscar soluções de problemas nos locais de trabalho. Este fórum é resultado da mobilização dos trabalhadores e conquista da nossa campanha nacional. Neste primeiro encontro, além de inúmeras demandas de agências, encaminhamos importantes medidas para o Complexo Paulista, como a possibilidade de escalas de jornada e almoço por conta da necessidade do distanciamento social; e na Viart, com o reforço para que não sejam realizadas cobranças por meio eletrônico e telefone pessoal, além da não exposição individualizada dos empregados”, relata o diretor do Sindicato e membro da CEE/Caixa, Dionísio Reis.
“É fundamental que os empregados se apropriem deste fórum, informando ao Sindicato e demais entidades representativas as demandas do seu local de trabalho por meio do WhatsApp (+55 11 97333-2513). Assim, poderíamos buscar soluções junto às instâncias competentes da Caixa”, orienta Leonardo Quadros, diretor da Apcef/SP.
Confira abaixo as respostas para as demandas apontadas pelos empregados da Caixa neste primeiro encontro, em 2020, do Fórum de Saúde e Condições de Trabalho:
Complexo Paulista
Demanda: não segue os protocolos definidos para o trabalho presencial nos edifícios administrativos. Quatro dos cinco elevadores estão inoperantes, gerando aglomeração na cabine; não há aferição da temperatura; entre outros problemas.
Resposta: a Gilog informou que hoje quatro elevadores estão funcionando. Alegou que, como uma obra está em andamento, dois elevadores precisam estar à disposição da movimentação dos materiais e mudança. Comunicou ainda que os medidores de temperatura e os tapetes sanitizantes já estão instalados, e que foram tomadas medidas para garantir o distanciamento nas áreas comuns. Disse ainda que, por conta das restrições de pessoas dentro dos elevadores, pode ser necessário definir escalas de jornada e almoço.
O Fórum definiu visita ao edifício para apurar as condições e reunião conjunta das áreas com representantes dos empregados para definir as medidas que garantam a prevenção e o distanciamento
Viart
Demanda: cobrança feita por meios eletrônicos e telefone pessoal, além de exposição individual dos empregados.
Resposta: foi admitida a cobrança, em inconformidade com a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). De acordo com os representantes da área, a participação em grupo de aplicativo de mensagens é voluntária e tem o objetivo de atualizar os empregados sobre o mercado financeiro. Foi definido que cada gestor será responsável por atuar para evitar este tipo de prática nas suas equipes.
Os representantes dos empregados pontuaram que a cobrança não ocorre somente em grupos de WhatsApp, mas também em mensagens diretas. Apontaram também que a GDP, no feedbacks, tem exposto os empregados de maneira individual.
Demanda: unidades no complexo São Luiz Gonzaga não seguem protocolo definido para trabalho presencial nos edifícios administrativos.
Resposta: representantes da área afirmaram que Gipes e Gilog verificaram as condições dos locais e que pessoas do grupo de risco estão em teletrabalho.
O Sindicato propôs fazer uma visita para avaliar as condições, além da realização de reunião virtual com os empregados.
Demanda: jornada de trabalho superior a 12 horas diárias, com realização de reuniões em horários inadequados.
Resposta: foi alegado que a jornada é registrada no SIPON, que os operadores de mesa têm jornada de 8 horas, e que eventuais horas-extras são remuneradas. Com relação aos empregados em teletrabalho, foi informado que a área segue o preconizado no RH 226. Também foi alegado que as rotinas de mercado seguem o funcionamento da bolsa de valores e que o pós mercado costuma ir até às 18h/19h.
Os representantes dos empregados enfatizaram que, apesar do RH 226 prever o acordo de demandas, é responsabilidade da chefia acordar as demandas de forma que não extrapolem uma jornada de trabalho razoável, não prejudicando a saúde dos empregados, que já estão trabalhando em condições ergonômicas e ambientais inadequadas.
O Fórum definiu abertura da área Viart no Ed São Luiz Gonzaga para visitas constantes, com primeira visita essa semana e reuniões eletrônicas com os empregados das áreas
AG Águia de Haia
Demanda: não foi aberto CAT para os empregados que testaram positivo para Covid-19.
Resposta: a Gipes informou que se trata de demanda nacional e, por isso, aguarda definição das áreas da matriz, onde o assunto está sendo discutido.
"Importante atentar para o absurdo desse item. Que, na Caixa, onde os empregados tem se esforçado para pagar o auxílio emergencial durante a pandemia, o banco com cinco meses da doença se alastrando não está notificando os acidentes de trabalho que representam os adoecimentos de seus trabalhadores" protesta Leonardo Quadros.
AG Vila Dirce
Demanda: extrapolação costumaz da jornada de trabalho, com horário de fechamento da unidade ocorrendo, frequentemente, após 21h.
Resposta: a SR informou que reforçou a recepção qualificada e buscou atuar pontualmente para reduzir a extrapolação de jornada nas agências.
O Sindicato pontuou que o problema é a alta demanda e que tem conversado com órgão públicos para auxiliar as unidades com relação à estrutura.
AG Carapicuíba
Demanda: extrapolação costumaz de jornada, com horário de fechamento da unidade ocorrendo, frequentemente, após 18h.
Resposta: a SR alegou que reforçou a recepção qualificada e buscou atuar pontualmente para reduzir a extrapolação de jornada nas agências.
AG Helena Maria
Demanda: extrapolação da jornada de trabalho devido à demanda de atendimento, enquanto o SEV pressiona para que não sejam realizadas horas-extras.
Resposta: a SR informou que a diretriz da Superintendência é que seja registrada jornada efetivamente cumprida, e que reforçou esta orientação junto aos empregados.
O Sindicato apontou que a posição dita pela Caixa, inclusive em mesa de negociação, é que a dotação de horas-extras foi ampliada, mas que mesmo assim nas unidades é informado aos empregados que não existe dotação suficiente, ocasionando as pressões para que não seja feito o registro no Sipon das horas-extras realizadas.
O apontamento do Fórum foi de que apesar da necessidade de buscar não extrapolar a jornada, a dotação necessária está a disposição das unidades, de acordo com o que foi colocado pela Geret.
"Falta de dotação de horas-extras deve ser comunicada ao Sindicato e a Apcef/SP para levarmos ao Fórum e qualificamos esse debate, buscando melhorar a vida dos empregados", reforçou o dirigente.