A direção da Caixa, através de atualização recente do MN RH 205, estabeleceu novos parâmetros para a GDP (Gestão do Desempenho de Pessoas), ferramenta que teria a função de avaliar o desempenho dos empregados. Entretanto, as mudanças feitas vão no sentido de estimular ainda mais a concorrência, e não aperfeiçoar de forma justa a ferramenta de avaliação.
Entre as mudanças, chama a atenção a “curva forçada", que prevê que, independente do desempenho, no mínimo 5% dos empregados serão classificados como “desempenho não atende”. Na outra ponta, foi imposto limite máximo de 5% dos empregados classificados como “desempenho excelente”. Ou seja, mesmo que o bancário bata ou até mesmo supere as metas impostas, ele pode não ser classificado como “desempenho excelente”. E, pior, mesmo que não tenha um desempenho ruim, pode estar entre os 5% classificados como “desempenho não atende”. O que passa a importar no novo GDP é a posição no ranking.
Outra mudança prejudicial é o fim do bloco de capacitação do “eixo estilo”, que foi substituído pelo item subjetivo “avaliação de valores”. A gestão Pedro Guimarães trocou o único bloco objetivo do eixo estilo por um item totalmente subjetivo, de importância questionável, abrindo mais espaço para arbitrariedades na avaliação de desemprenho. Além disso, para os empregados elegíveis, o TDV passa a fazer parte da GDP.
“Recebemos inúmeras reclamações de empregados de agências e áreas meio em relação às mudanças. Esta nova forma de utilizar o GDP favorece a subjetividade na avaliação, possibilitando que o assédio moral por meio da cobrança abusiva de metas aumente ainda mais, colocando em risco a saúde dos empregados”, critica a dirigente do Sindicato e da Apcef/SP, Luiza Hansen.
“Como a empresa utiliza a GDP como ferramenta nos PSIs, descomissionamentos e para o pagamento do Bônus Caixa, os empregados se perguntam se a intenção da direção é pressionar mais, perseguir ou economizar. O assunto deve ser pautado pela CEE/Caixa na próxima mesa, já que a GDP tornou-se, na prática, um ranking individualizado dos empregados” conclui o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.