Pelo segundo ano consecutivo, a direção da Caixa pagou um valor menor de PLR aos empregados do que o determinado pelo Acordo Coletivo de Trabalho. Por meio da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região enviou ofício questionando a direção do banco sobre o valor pago aos empregados referente à parcela adicional da PLR e à PLR Social.
“Estamos questionando o que está sendo feito com esse dinheiro, que é dos empregados por direito, porque enquanto o presidente do banco, Pedro Guimarães, segue viajando com dinheiro da Caixa por todo o Brasil e chegou a passar vergonha ao lado do presidente Jair Bolsonaro - impedido até de entrar em restaurantes de Nova York porque não tomou a vacina contra o coronavírus -, os bancários seguem morrendo de covid-19, adoecendo para cumprir metas e dando o sangue para atender a população em um dos momentos mais complicados e importantes da história da Caixa Econômica Federal, que ficou responsável por pagar o auxílio emergencial a dezenas de milhões de pessoas.”
Tamara Siqueira, diretora do Sindicato e empregada da Caixa
O Sindicato já ingressou com uma ação judicial para cobrar da Caixa o pagamento correto da PLR Social de 2020, que também teve seu valor tungado pela direção atual do banco.
Entenda o desfalque na PLR Caixa 2021
A PLR dos 83.294 empregados é composta pela soma da PLR Fenaban com a da PLR Social. A Caixa paga 50% a título de adiantamento da regra básica da regra da Fenaban (90% do salário + R$ 2.807,03 x 50%), mais 2,2% do lucro do 1º semestre distribuído linearmente como parcela adicional.
Como PLR Social, o valor corresponde a 4% do lucro líquido do semestre distribuído linearmente entre os empregados, proporcionalmente aos dias trabalhados individualmente no período.
O ofício enviado à direção da Caixa, na sexta-feira 17, salienta que o questionamento é relativo ao adiantamento de PLR 2021 pago pela Caixa, especificamente quanto ao percentual do Lucro Líquido da parcela adicional da PLR Fenaban, equivalente a 2,2% do lucro líquido, e da PLR Social, equivalente a 4% do lucro líquido.
O texto enfatiza que “tanto a parcela adicional da PLR Fenaban quanto a PLR Social são diretamente vinculadas ao lucro líquido e, portanto, o pagamento de 50% do total anual devido nestas duas parcelas é calculado tendo como parâmetro o lucro líquido do 1º semestre, conforme descrito no ACT”.
A CEE/Caixa, em seu ofício detalha que “o valor devido para a Parcela Regra Adicional seria equivalente a divisão linear de R$ 10.843.513.000,00 x 2,2%, que resultaria em valor de cerca de R$ 2.864,04. No entanto, para o caso da parcela adicional, o ACT prevê teto individual de R$ 2.807,03 na antecipação. Portanto justamente esse teto seria o valor devido como antecipação da parcela adicional para cada empregado da Caixa”.
Já com relação à PLR Social, diz o ofício, “o valor devido, conforme ACT, é equivalente à divisão linear de 10.843.513.000,00 x 4%, o que resultaria em valor de cerca de R$ 5.276,38. No caso da PLR Social não se aplica teto individual.
Os valores calculados pela Caixa, porém, correspondem à R$ 1.451,01 e R$ 2.638,20, ou seja, praticamente metade do valor devido. Na prática a forma utilizada pela Caixa resultou no pagamento não de 50% destas duas parcelas, conforme previsto no ACT, mas sim 25%, pois houve uma dupla divisão por 2, primeiro ao utilizar o lucro semestral e depois ao aplicar em cima deste valor nova divisão por dois.
Prazo para pagamento
De acordo com o que foi acordado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e no ACT dos empregados, a Caixa tem até o dia 30 de setembro para efetuar o pagamento da PLR Caixa 2021.
“Enviamos à Caixa ofício questionando o pagamento incorreto mais uma vez da PLR. Estamos aguardando a resposta da direção do banco para avaliarmos quais as próximas ações cabíveis e estamos cobrando uma mesa de negociação para tratar do assunto”, ressalta Tamara.
