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Sindicato volta a discutir teletrabalho com a Fenaban

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O Sindicato dos Bancários de São Paulo apresentou à Fenaban (federação dos bancos), nesta sexta-feira 24, os resultados da 2ª Pesquisa de Teletrabalho da Categoria Bancária, que coletou respostas de 12.979 bancários e bancárias de todo o país. Os representantes dos bancos pediram um tempo para avaliar os dados da pesquisa. Desde já serão realizadas negociações com os bancos, por meio das comissões de empregados. O Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban, manifestou preocupação com uma volta descoordenada e apressada ao trabalho presencial. Ficou marcada para a semana que vem a retomada de negociação para discutir e definir os protocolos de segurança nos locais de trabalho.

A pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) avaliou as condições do home office para a categoria após mais de um ano de duração dessa modalidade, medida negociada pelo Sindicato e que foi fundamental para garantir a segurança dos trabalhadores durante a pandemia. Os dados da pesquisa mostram isso: houve maior índice de diagnóstico positivo de Covid-19 (38%) entre os que permaneceram no trabalho presencial do que entre os que foram para o teletrabalho (23%). Chamou a atenção o fato de que o banco que menos colocou trabalhadores em teletrabalho foi o que mais teve registros de contaminação.

“A pesquisa é fundamental para avaliar as condições de trabalho da categoria em home office, após quase dois anos. Revelou que a luta do movimento sindical para manter o teletrabalho reduziu o contágio e salvou vidas. Nosso desafio é regular os acordos com os bancos, para que o trabalhador não aumente seus custos, e estabeleça limites de jornada, com a melhora nas condições de saúde. Somente no primeiro semestre do ano, os cinco maiores bancos do país economizaram R$ 300 milhões com despesas administrativas como água, luz, gás, vigilância, transporte, viagens, conservação de bens, etc. É inaceitável que os bancários aumentem suas despesas mensais enquanto os bancos economizam e mantêm seus bilhões em lucros", destacou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

“O fato de termos negociado no ano passado a ida de boa parte da categoria para o teletrabalho e discutirmos medidas protetivas para quem ficou nas agências foi decisivo para salvarmos vidas. Foi importante fazermos essa pesquisa. Nos ajudou muito a enxergar o que temos que negociar. Mostrou que aquilo que o Comando pauta desde o ano passado era realmente necessário para proteger os trabalhadores e traz algumas demandas para negociarmos”, acrescentou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, também coordenadora do Comando Nacional.

Custos do teletrabalho

Um dado importante na pesquisa foi que somente 13% dos pesquisados estão recebendo auxílio financeiro dos bancos para os custos do teletrabalho. Apenas um dos cinco maiores bancos está pagando o auxílio de forma regular. Quando foi perguntado o que de mais importante deveria ser fornecido pelos bancos para quem estava em teletrabalho, 59% dos bancários consultados responderam que seria o pagamento do auxílio financeiro para cobrir as despesas com o trabalho remoto (luz, água, internet, etc.). No ano passado, 39% dos pesquisados apontaram o pagamento do auxílio como importante. A resposta mais frequente (64%) foi o fornecimento de equipamentos de infraestrutura. (cadeira, notebook, etc.)

Enquanto as despesas do teletrabalho se avolumam com o aumento da inflação, os bancos cortaram custos com o trabalho remoto. O setor bancários economizou R$ 766 milhões, na comparação das despesas administrativas entre 2019 e 2020.

Os representantes da Fenaban pediram na reunião um tempo para analisarem os dados da pesquisa, antes de responderem às reivindicações. As negociações também serão feitas banco a banco, por meio das comissões de empregados.

Retorno

Uma das principais preocupações do Sindicato é com o retorno dos que estão em teletrabalho para o trabalho presencial. Os representantes dos trabalhadores reforçaram que o retorno não pode ser feito antes de um maior numero de pessoas completamente imunizadas e com todos os cuidados necessários. “O que está em jogo é a vida dos bancários e bancárias e seus familiares. A pandemia não está controlada ainda. O número de mortes continua alto, acima de 500, e a vacinação lenta. Por isso estamos cobrando negociação antes de qualquer retorno”, disse Ivone.

“O grupo de risco é o mais preocupante. Estamos vendo os bancos pedindo o retorno a partir de outubro, inclusive das pessoas com comorbidade. Quem toma a segunda dose acha que não há mais necessidade de usar máscara e de ter distanciamento. Sabemos que a vida não voltou ao normal”, acrescentou Ivone Silva.

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