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Chapéu
Internacional

UNI Global Union cobra que bancos retirem investimentos de empresas ligadas à junta militar de Mianmar

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Imagem de divulgação da campanha internacional para que os bancos parem de financiar o golpe em Mianmar

Nesta quarta-feira 14, Dia Mundial da Democracia, foi realizado um webinar da UNI Finanças Mundial - que representa cerca de 3 milhões de trabalhadores do setor financeiro, em 237 sindicatos por todo o mundo, incluindo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e braço da UNI Global Union, que representa mais de 20 milhões trabalhadores - no qual foi lançada uma campanha de solidariedade ao povo de Mianmar, país que sofreu um golpe militar em fevereiro deste ano e teve destituído pela força um governo democraticamente eleito.  

Durante o evento - que contou com a participação de Christy Hoffman, secretária-geral da UNI Global Union; Sharan Burrow, secretária-geral da CSI (Confederação Sindical Internacional); Rita Berlofa, diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e presidenta da UNI Finanças Mundial; entre outras lideranças - foi denunciado que instituições financeiras internacionais, entre elas o Santander, investem em empresas ligadas ao regime militar de Mianmar. 

Em recente relatório, a organização BankTrack mostrou que 19 bancos internacionais investem, cada um, mais de 1 bilhão de dólares em ações de empresas ligadas à junta militar de Mianmar. De acordo com a ONU, o império empresarial dos militares de Mianmar permitiu que os mesmos tivessem recursos para financiar suas atividades criminosas, entre elas atos de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, além de oferecer-lhes a possibilidade de fugir da responsabilidade por seus atos. 

“Não podemos nos calar diante da barbárie que está ocorrendo em Mianmar desde o golpe militar. É inaceitável que bancos internacionais continuem a investir em empresas que patrocinam a junta militar, que, por sua vez, promove um verdadeiro banho de sangue no país”

Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças Mundial e diretora executiva do Sindicato dos Bancários

Desde o golpe em Mianmar, a junta militar assassinou 965 pessoas, incluíndo bebês; 5.500 pessoas estão detidas; e outras 255 foram condenadas, entra elas 65 sentenciadas à pena de morte. 

O movimento sindical do país - que desde o início se colocou contrário ao golpe, lançando um movimento de desobediência civil e greves, exigindo a restauração do governo democraticamente eleito - está sob fortíssima perseguição. A junta militar já emitiu mandados de prisão para 28 membros do comité central do CTUM (Confederação de Sindicatos de Mianmar), cancelando também seus passaportes. Atualmente, a maioria dos líderes do CTUM estão escondidos e colaborando com a Coordenação Geral de Greve.

Além disso, a junta militar instituiu uma lei que pune com até 20 anos de prisão qualquer pessoa que “cause ódio, desprezo e desinteresse aos militares e ao pessoal militar, além do governo”.   

“Avaliamos que se os bancos tiverem esta iniciativa de responsabilidade social, humanitária, de retirarem seus investimentos destas empresas que sustentam a junta militar em Mianmar, o regime não ficará de pé sem recursos financeiros, abrindo caminho para o urgente reestabelecimento da democracia e da paz no país”, conclui Rita Berlofa.

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