A campanha do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região por mais segurança em agências e unidades de negócios segue a todo vapor. Nesta quarta-feira 27, dirigentes da entidade estiveram em agências do Bradesco, Itaú e Santander, em Osasco, dialogando com os bancários, clientes e população em geral.
Sob a justificativa de que algumas agências não operam com numerário, os bancos estão retirando vigilantes e portas giratórias destes locais, fazendo com que bancários e clientes convivam constantemente com o risco de assaltos, golpes e ameaças.
“Dialogamos com os trabalhadores, clientes e transeuntes sobre a necessidade de reforçar a segurança nas agências, com a manutenção dos vigilantes e portas giratórias. É inadmissível que os bancos coloquem o lucro acima da vida”, enfatiza o coordenador da Regional Osasco do Sindicato e bancário do Santander, Welington Prado Corrêa.
Durante a atividade, os dirigentes do Sindicato recolheram assinaturas, por meio de abaixo-assinado, cobrando mais medidas de segurança nas agências.
“Pescaria”
Durante a atividade desta quarta, no centro de Osasco, dirigentes do Sindicato flagraram uma situação que reforça a necessidade de aumentar a segurança nas unidades bancárias.
Um caixa eletrônico, de uma agência do Itaú, passou por uma tentativa de violação com a chamada “pescaria”, na qual criminosos fazem uso de instrumentos para tentar pescar envelopes com depósitos em dinheiro.
“As unidades bancárias seguem, como sempre, sendo alvo das mais diversas práticas criminosas. É uma enorme irresponsabilidade retirar seguranças e portas giratórias destes locais”, avalia Welington.
Nem 5% do lucro
Dados dos balanços de quatro dos cinco maiores bancos – Bradesco, Santander, BB e Caixa – apontam que, em 2022, juntos, eles não chegaram a investir nem 5% de seus lucros em Vigilância e Segurança. O lucro dos quatro, somados, chegou a R$ 75,2 bilhões, mas o investimento em segurança foi de apenas R$ 3,2 bi, ou seja, 4,3% de seus lucros.
Desde 2021, o Itaú não informa mais em seu balanço o investimento em segurança, mas em 2019, o banco gastou R$ 744 milhões, o que correspondeu a 2,6% do lucro; em 2020, o valor investido foi de R$ 730 milhões, ou seja, 3,8% de seu lucro (como o lucro em 2020 foi menor por conta da pandemia, a proporção ampliou).