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Negociações sobre Saúde Caixa não avançam e categoria cobra proposta concreta

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Negociações sobre Saúde Caixa não avançam e categoria cobra proposta concreta

Na semana marcada por mobilizações nacionais em defesa do Saúde Caixa, incluindo o Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa, representantes dos trabalhadores e da Caixa Econômica Federal voltaram a se reunir nesta sexta-feira (19), em Brasília (DF), para mais uma rodada de negociações sobre o plano de saúde e outros direitos da categoria.

O encontro teve como foco a atual situação do plano, os desafios para sua sustentabilidade e a pressão por uma proposta concreta da Caixa, que ainda não apresentou uma solução para o impasse. Os representantes dos empregados reforçaram que não aceitarão mudanças que desvirtuem os princípios do Saúde Caixa, como solidariedade, mutualismo e pacto geracional.

A categoria também reivindica que o banco retome a proporção histórica de financiamento de 70% pela Caixa e 30% pelos trabalhadores, além de realizar um aporte imediato para garantir reajuste zero em 2025.

"O fato de a Caixa não apresentar proposta foi muito decepcionante. Todos os empregados e empregadas esperavam que o banco finalmente apresentasse uma proposta concreta nessa negociação. Já estamos na terceira reunião e, até o momento, a Caixa só apresentou projeções e números que oneram mais o empregado. Seguimos com nossas mobilizações em busca do reajuste zero e do retorno do custeio 70/30", afirma Luiza Hansen, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Estudos atuariais e cenários de equilíbrio

Pela primeira vez, a empresa atuarial contratada pela representação dos empregados teve acesso aos dados do plano. A análise apontou que, com a retomada da participação de 70% por parte da Caixa e a manutenção da regra de não reajuste para os trabalhadores, o Saúde Caixa voltaria a apresentar superávit a partir de 2026.

Levantamentos da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) reforçam que o modelo atual de custeio é insustentável no longo prazo. Segundo os dados, se a proporção 70/30 tivesse sido mantida nos últimos três anos, o plano teria permanecido equilibrado e com superávits.

Argumentos do banco

Durante a reunião, a Caixa apresentou novamente dados atuariais que mostram o envelhecimento acelerado da população atendida. Atualmente, quase 30% dos beneficiários têm mais de 59 anos, número que pode chegar a 40% até 2030. Além disso, as despesas assistenciais seguem em crescimento contínuo.

De acordo com o banco, essa combinação, somada ao modelo atual de custeio, gera riscos de seleção adversa e déficits crescentes. A instituição destacou medidas já implementadas para reduzir custos, como auditorias e segunda opinião em procedimentos de alto valor, expansão da telemedicina, credenciamento direto de materiais e fornecimento de medicamentos oncológicos. Segundo a Caixa, essas ações já resultaram em economias relevantes.

"Os argumentos e dados apresentados só provam que a única saída para o Saúde Caixa é o banco cumprir sua parte, arcando com 70% do custeio do benefício. Isso mostraria que a Caixa realmente se importa com os seus trabalhadores", analisa Luiza Hansen.

Próximos passos

O banco se comprometeu a apresentar uma proposta sobre o Saúde Caixa em até 15 dias. Paralelamente, dirigentes sindicais seguem avaliando outros pontos debatidos na mesa de condições de trabalho, que incluem garantias para caixas e tesoureiros, PLR, home office, fechamento de agências e o programa SuperCaixa. O processo de negociação continua, e novas atualizações serão divulgadas no portal do Sindicato: spbancarios.com.br

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