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Centrais fazem passeata pelo Trabalho Decente

Linha fina
Jornada é realizada desde 2008, e enfatiza a campanha da OIT pelo envolvimentos de trabalhadores, governos e empresários na promoção da dignidade no mundo do trabalho
Imagem Destaque

São Paulo – Representantes das centrais sindicais CUT, Força Sindical e UGT realizaram uma caminhada na manhã de segunda 7, na Avenida Paulista, pelo dia da Jornada Mundial pelo Trabalho Decente. Os trabalhadores seguiram da Praça Oswaldo Cruz até o prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde entregaram um documento para o setor empresarial contendo medidas por melhorias de condições de trabalho.

A Jornada Mundial pelo Trabalho Decente é convocada pela Confederação Sindical Internacional (CSI) e pela Confederação Sindical das Américas (CSA), e promove manifestações desde 2008. Antes, às 9h, as centrais promoveram um ato diante de uma concessionária da Nissan, na Mooca (zona leste), em solidariedade aos trabalhadores da empresa nos Estados Unidos e de repúdio às práticas consideradas antissindicais da montadora – que coíbe campanha de sindicalização na unidade do estado do Mississipi.

Não ao PL 4330! - A atividade também foi um protesto pela redução da jornada sem redução nos salários, discriminação contra as mulheres e contra a terceirização. “Infelizmente, tramita no Congresso Nacional um projeto que amplia o trabalho precário no Brasil”, afirma o secretário de Finanças da CUT, Quintino Severo, referindo-se ao Projeto de Lei 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), empresário do ramo alimentício.

Os manifestantes também fizeram um ato em frente a uma concessionária da montadora Nissan para denunciar más condições de trabalho de uma fábrica da empresa nos Estados Unidos, onde a montadora coíbe campanha de sindicalização na unidade do estado do Mississipi. "É uma empresa que não permite aos seus trabalhadores irem ao banheiro. Então, coloca uma condição muito análoga ao trabalho escravo”, denuncia Severo.

Antes da passeata, no sábado 5, as centrais reuniram-se em São Paulo com o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, e a preocupação com o PL também foi destacada,

Copa - Ryder foi eleito no ano passado com apoio das centrais brasileiras e de governos do Brasil e latino-americanos, conforme lembrou o presidente da CUT, Vagner Freitas, que no início da noite embarcou para Bruxelas (Bélgica), onde participará de reunião do conselho-geral da CSI.

Além da agenda do trabalho decente – "O Brasil continua tendo trabalho escravo, não regularizado, sem carteira", comentou Freitas –, o encontro de sábado teve como temas o 4.330 e os preparativos para a Copa do Mundo de 2014. "Ele (Ryder) demonstrou preocupação com a Copa. Existem várias categorias profissionais envolvidas, e é preciso chamar desde já uma discussão sobre as questões trabalhistas. Já que o governo diz que é vitrine para mundo, tem de ser um modelo de negociação trabalhista."

Outro item da pauta foi a Convenção 87 da OIT, sobre liberdade e organização sindical – a CUT defende a ratificação pelo governo brasileiro. Nessa questão, não há concordância entre as centrais.

Ryder, que também se reuniu hoje em São Paulo com o prefeito Fernando Haddad, na instalação do primeiro comitê municipal contra trabalho escravo, seguiu à tarde para Brasília, onde o Ministério do Trabalho e Emprego organizou seminário sobre trabalho decente. Amanhã, ao lado da presidenta Dilma Rousseff, ele participa da abertura de conferência global sobre trabalho infantil.


Rede Brasil Atual, com edição da Redação - 7/10/2013

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