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Proposta do BNDES soa como provocação

Linha fina
Resposta estabelece 8,5% de reajuste nos salários e nas verbas, não contemplando índices da categoria bancária e dos demais bancos federais
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São Paulo - Em rodada de negociação ocorrida na tarde desta terça-feira 21, no Rio de Janeiro, a ARH do BNDES apresentou uma proposta descabida para a pauta de reivindicações específicas dos funcionários.

Cabe salientar que as negociações, por iniciativa do banco, foram invertidas e primeiramente foi debatido o acordo coletivo sobre a PR de 2014. Concluída essa etapa, com a aprovação da proposta do BNDES em assembleias dos funcionários, houve na sequência a resposta do banco às moções aprovadas no 3º Congresso e foi estabelecido o calendário das negociações.

A resposta "global" do banco trazida nesta terça estabelece 8,5% de reajuste nos salários e nas verbas, não contemplando os índices da categoria bancária e dos demais bancos federais, que inclui o reajuste de 9% nos pisos com repercussão nos planos de cargos e salários (PCS) e de 12,2% nos tíquetes refeição.

A proposta não prevê nova conquista, não resolve nenhum dos problemas apontados nas pautas de reivindicações, como o caso do Grupamento C e Anistiados, por exemplo.

O que é pior é o banco incluiu uma retirada de direitos, com a exclusão da cláusula da Gratificação Salarial, que íntegra o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) há mais de 10 anos. O ACT de 2012/2014 garantiu o pagamento de 1,1 remuneração a mais, sendo pagos 70% no primeiro ano e 40% no seguinte. O banco, porém, afirmou que não irá renovar essa cláusula.

Os demais itens do ACT ficaram mantidos.

A resposta provocativa do BNDES está tão distante de contemplar os funcionários que a Contraf-CUT, o Sindicato dos Bancários do Rio, a Afbndes e a comissão de negociação dos funcionários rejeitaram de pronto a proposta apresentada.

"Recomendamos que a ARH leve ao conhecimento da diretoria do BNDES o resultado da negociação para a formulação de uma nova proposta, que de fato dialogue com as expectativas dos funcionários e não preveja a redução dos direitos", destaca Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.

"Para tanto, é fundamental que o funcionalismo do banco tome pé da gravidade do momento e aumente a mobilização para demonstrar a indignação diante dessa verdadeira afronta", ressalta.

Diante da proposta apresentada pelo BNDES, a rodada inicialmente prevista para ocorrer nesta quarta-feira (22) foi suspensa. "Agora temos de discutir muito, aumentar a mobilização e buscar todos os canais para alterar a proposta, para que traga novas conquistas aos funcionários", conclui Miguel.


Contraf-CUT - 23/10/2014
 

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