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Greve na Caixa continua e deve ser ampliada

Linha fina
Empregados rejeitaram proposta que garantia abono dos dias parados; perspectiva agora é de desconto desse período, por isso mobilização deve ser fortalecida pela manutenção dos direitos e conquistas
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Rodolfo Wrolli, Redação Spbancarios
6/10/2016


São Paulo – Os empregados da Caixa de São Paulo, Osasco e outras 15 cidades rejeitaram no começo da noite desta quinta-feira 6 a proposta apresentada pela Fenaban e votaram pela continuidade da greve, que na sexta-feira 7 vai entrar no 32º dia. À tarde, a partir das 17h, será realizada assembleia para discutir os novos rumos da mobilização, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatiguera, 192, Sé).

> Vídeo: empregados decidem manter a greve 

A maioria dos empregados do país votou pela aprovação da proposta e o fim da greve.

“Todos os empregados guerreiros da Caixa devem ir para os seus locais de trabalho para garantirem a greve amanhã e participar da assembleia”, orienta Dionisio Reis, diretor do Sindicato. “Nenhuma agência da Caixa em São Paulo pode abrir. O banco comunicou que a partir de amanhã o acordo não garante o abono dos dias. Temos a perspectiva do desconto dos dias parados, por isso é importante garantir o fortalecimento da greve.”

Proposta global rejeitada – Na negociação realizada na madrugada dessa quinta, os bancos haviam apresentado reajuste de 8% mais abono de R$ 3.500 em 2016, que seria pago até 10 dias após assinatura da CCT. No vale-alimentação, aumento de 15%. No vale-refeição e no auxílio creche-babá, 10%.

Para 2017, a proposta previa reajuste de reposição da inflação (INPC) mais 1% de aumento real para os salários e em todas as demais verbas. A PLR seria reajustada em 8% em 2016 e inflação mais 1% de aumento real em 2017.

O Comando havia conseguido, ainda, abono total dos 31 dias de greve. Essa proposta, no entanto, só valeria para assembleias realizadas na quinta.

Proposta específica rejeitada – Na negociação específica, a direção do banco havia atendido a reivindicação dos dirigentes sindicais, e a PLR Social, que corresponde à distribuição linear de 4% do lucro líquido entre os trabalhadores, seria mantida por dois anos.

Além disso, a proposta assegurava o pagamento da regra básica da PLR da Fenaban, de 90% do salário mais R$ 2.183,53, limitado a R$ 11.713,59 – mas ficando assegurado o mínimo de um salário ao empregado – e, ainda, do adicional de PLR, que equivale à distribuição de 2,2% do lucro líquido entre seus trabalhadores.

Se o acordo tivesse sido provado em assembleia e assinado até o dia 15, a Caixa faria o pagamento das diferenças salariais retroativas de setembro e de 60% da PLR até 20 de outubro.

A negociação havia garantido ainda um espaço de debate entre os trabalhadores e a direção da Caixa a respeito da subjetividade e a arbitrariedade nos processos de descomissionamentos.

“Essa é a forma de gestão baseada no terror, que leva os empregados a práticas que vão contra as normas do banco e seus próprios valores por medo de descomissionamento. Esperamos que esses colegas também se mobilizem para conseguirmos revogar a RH 184 e ampliar conquistas para todos os empregados”.

A proposta da Fenaban defendida pelo Sindicato foi rejeitada por margem estreita. “A atual conjuntura de intolerância e preconceito instalada no país, em consonância com a política de governos que tendem à retirada de direitos, trazem um cenário de isolamento e divisão dos trabalhadores. Por isso é importante nos mantermos juntos e mobilizados em defesa dos nossos direitos”, afirma Dionisio.
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