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Itaú lucra R$ 16 bilhões e demite 1,7 mil em 2016

Linha fina
Banco ainda fechou mais de 200 agências em um ano e intensificou política excludente de atendimento bancário digital
Imagem Destaque
Redação Spbancarios
31/10/2016


São Paulo – O Itaú lucrou R$ 16,3 bilhões nos primeiros nove meses de 2016, recuo de 9,8% em relação ao mesmo período de 2015. A redução deve-se, principalmente, ao crescimento das despesas de provisões para créditos de liquidação duvidosa, que subiu 16,3% nesse período, de R$ 17,478 bilhões para R$ 19,437 bilhões em nove meses de 2016.

A instituição financeira contava com 81.137 empregados no final do terceiro trimestre deste ano. Em 12 meses (setembro de 2015 a setembro de 2016) o banco eliminou 2.753 postos de trabalho, sendo 1.744 apenas nos primeiros nove meses deste ano.

Em relação à rede de atendimento, o Itaú fechou 207 agências entre setembro de 2015 e setembro de 2016, passando para 3.664 unidades, enquanto foram criadas 56 agências digitais no mesmo período, passando para 130 em setembro de 2016.

“Os números revelam que o banco continua intensificando o atendimento digital, o que leva ao fechamento das agências físicas e a exclusão do atendimento bancário para uma grande parcela da população que não tem familiaridade ou acesso à internet, como os mais idosos e os menos favorecidos”, avalia Marta Soares, diretora executiva do Sindicato e bancária do Itaú.

As receitas de prestação de serviços e tarifas cresceu 8,8% em relação aos nove primeiros meses de 2015 e somaram R$ 24,604 bilhões. A despesa de pessoal cresceu 17,3%, perfazendo um total de R$ 16,272 bilhões, sendo que o item que mais cresceu foi o referente a processos trabalhistas e desligamentos de funcionários (116,1%, totalizando R$ 2,8 bi).

Assim, a relação das receitas secundárias do banco e despesas de pessoal foi de 151,2% (11,8 pontos percentuais a menos que em setembro de 2015).

As operações com pessoas físicas decresceram 1,9% em doze meses, chegando a R$ 182,5 bilhões. Ampliaram-se os segmentos de imobiliário (11,5%) e o cartão de crédito (1,3%). Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 244,191 bilhões, sofrendo redução de 16,9% em doze meses, e queda de 2,8% no trimestre.

“Apesar do lucro expressivo obtido por meio de juros exorbitantes e altas tarifas cobrados da sociedade, o Itaú se nega a contribuir com o desenvolvimento do país. Continua demitindo milhares de pais e mães de família, segue com sua política de exclusão bancária e insiste em dificultar a concessão de crédito acessível, que poderia estar ajudando a fomentar a economia”, critica Marta Soares. “Isso sim muda o mundo.”

O retorno recorrente anualizado sobre o patrimônio líquido atingiu 20% no acumulado dos nove meses de 2016.

O patrimônio líquido atingiu R$ 114,7 bilhões, crescimento de 11%; o ativo total do banco sofreu um pequeno decréscimo, 3,0%, nesse período, perfazendo um saldo de R$ 1,399 trilhão.
O produto bancário, que representa as rendas das operações bancárias e de seguros, previdência e capitalização, totalizou R$ 80,960 bilhões no acumulado dos nove meses de 2016, apresentando estabilidade (0,3%) em relação ao mesmo período do ano anterior.

A carteira de crédito do banco caiu 11,0% em doze meses, atingindo montante de R$ 605,074 bilhões. Desconsiderando-se o efeito da variação cambial, a carteira de crédito teria recuado 5,6% no período de 12 meses.

O índice de inadimplência de 90 dias no país cresceu um ponto percentual: de 3,8% para 4,8% em 2016. Segundo o banco, esse aumento foi concentrado no segmento de grandes empresas, que já estava com o saldo de crédito 100% provisionado em junho de 2016. Desconsiderando-se esse caso específico, o indicador estaria em 4,4% no Brasil e, portanto, crescido em 0,6 ponto percentual em doze meses.

O resultado de operações de câmbio obteve variação bastante positiva de 504,9% em doze meses: de R$ 288 milhões nos primeiros nove meses de 2015 para R$ 1,742 bilhão no mesmo período deste ano. 
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