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Chapéu
Greve

Marcha dos Correios em SP defende estatais e direitos

Linha fina
Parados há duas semanas, mais de cinco mil trabalhadores ocuparam a Avenida Paulista para explicar à população os motivos do movimento; assembleia na quinta 5 define se a categoria aceita nova proposta apresentada pela ECT
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Foto: Roberto Parizotti / CUT

São Paulo - Ao som de uma música fúnebre, caixões com fotos do presidente ilegítimo Michel Temer, do Ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab e do atual presidente da  Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Guilherme Campos, foram destruídos na porta da Agência Central dos Correios, no vale do Anhagabaú, centro de São Paulo, no ato do encerramento da passeata dos trabalhadores e das trabalhadoras dos Correios.

Em greve, mais de cinco mil ECTistas ocuparam a Avenida Paulista em marcha na manhã desta quarta 4, de acordo com matéria da CUT, para explicar os reais motivos da paralisação nacional dos Correios, que completava 15 dias.  No trajeto até o centro foi explicado por diversas vezes que a greve não tem a intenção de atrapalhar a vida da população, que é o que os responsáveis da empresa e do governo e a mídia tradicional acabam dizendo que é.

Para o diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telegráfos (Fentect), Moisés Gonçalves da Silva, o Edinho, é muito importante dizer o real motivo da greve, que em São Paulo só foi decretada no dia 26 por pressão da base.

“Nós queremos que os Correios deixem nossas condições de trabalho mais dignas, que não retirem nossos direitos, conquistados com muita luta e garra. Agora vem o presidente que não teve seu projeto eleito nas urnas junto com Kassab e o Guilherme Campos e querem retirar direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras e a qualquer custo privatizar os Correios, uma empresa pública e de qualidade de 354 anos prestando serviços para o povo deste país, e corremos o risco de perder nossos empregos e desvalorizar ainda mais nossa categoria”, explicou Edinho.

Segundo a carta aberta à população distribuída durante o ato, “a desculpa é que a empresa está em crise, dando prejuízo. A mesma que o governo usa para justificar o roubo de direitos do povo com as reformas trabalhista e da Previdência e a privatização das estatais, mas não falam que o serviço de encomendas só cresce, e que ele está entregando esse mercado para empresas multinacionais e nacionais de logística e comércio eletrônico”.

“O que a gente não entende é que dizem que a empresa está dando prejuizo, mas qual investidor vai querer comprar uma empresa falida? É mentira. A empresa se mantém sozinha e só não está melhor por opção dos que mandam lá, porque eles querem vender tudo e sequer pensam no povo brasileiro. Nós trabalhadores e trabalhadoras dos Correios defendemos o patrimônio público e somos contra a privatização”, contou Edinho.

A carta também denúncia o desmonte dos Correios. “Não faz concurso e nem contrata há 5 anos, fez dois planos de demissão voluntária para pôr mais 10 mil pais de família na rua e quer acabar com direitos, como o convênio médico, essencial para uma categoria que ganha dois salários mínimos”.

“A empresa não quer negociar e judicializou nossa luta. Após a assessoria jurídica da Fentect enviar um pedido formal ao tribunal para uma audiência, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) confirmou o encontro entre as partes para esta quarta-feira, para tentar uma nova proposta para esta campanha salarial”, finalizou Edinho se referindo a ação da empresa que pediu dissídio coletivo junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Na quinta 5 haverá assembleia dos trabalhadores para definir se aceita ou não a nova proposta, o que influenciará na continuação ou não da greve.

CUT defende estatais - Em agosto deste ano, o presidente ilegítimo de Michel Temer anunciou um pacote de privatizações, o maior em duas décadas. Só perde para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, responsável pela maior onda de desestatização do Brasil.

“Os golpistas estão entregando nosso país ao capital financeiro a preço de banana para pagar a conta do golpe. Vamos continuar lutando pela soberania nacional, por nossos direitos e por nossas aposentadorias. O Estado precisa ser forte para respeitar e garantir os direitos do povo”, frisou o secretário-Adjunto de Comunicação da CUT, Admirson Medeiros Ferro Junior, mais conhecido como Greg.

O secretário de Mobilização da CUT São Paulo, João Batista Gomes, o Joãozinho, lembrou o ato de ontem realizado do Rio em defesa da Petrobras e das empresas estatais e chamou o povo para lutar contra a Reforma Trabalhista, que passa a valer em 11 de novembro.

“Nossa manifestação no Rio foi fundamental pra demonstrar para esses golpistas que a classe trabalhadora está na luta. A Reforma Trabalhista passou, mas estamos na luta pra revogar. Se eles acham que vão acabar com nós, estão enganados”, destacou Joãozinho.

O dirigente se refere a Campanha da CUT para anular a Reforma Trabalhista, que já está nas ruas de todo país colhendo assinatura para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) e acabar de vez com mais este golpe contra a classe trabalhadora.

Todos e todas podem ajudar. Abaixo o vídeo produzido pela CUT Brasília explicando como participar.

 

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