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Chapéu
Precarização

Autônomo tem de ganhar o dobro para manter padrão que teria com CLT

Linha fina
Segundo projeção encomendada pela Folha de S. Paulo, plano de saúde é o maior peso para quem atua por conta própria
Imagem Destaque
Edilson Rodrigues/Agência Senado

O trabalhador com carteira assinada que quiser viver como autônomo precisa ter o dobro dos rendimentos para manter salário e benefícios equivalentes. De acordo com uma projeção encomendada pelo jornal Folha de S. Paulo, um empregado com regime celetista, ou seja, com carteira assinada e os direitos previstos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que ganha R$ 5.148,66 por mês teria de faturar como autônomo, R$ 10.519,76 para pode equiparar os benefícios da lei trabalhista contidos no contrato formal de trabalho. 

Segundo a reportagem da Folha, "a crise econômica no Brasil, que produziu 12,7 milhões de desempregados, empurrou muitos trabalhadores para fora do mercado formal. O contingente de empregados por conta própria, por exemplo, saltou de 22,2 milhões em agosto de 2016 para 23,3 milhões em agosto deste ano. Por força das circunstâncias ou por desejo, o erro mais comum entre os que migram do regime CLT para o de autônomo é se iludir com ganhos brutos mais elevados."

Reponsável pela projeção, a planejadora Sílvia Franco diz que o trabalhador acha que poderá ser mais livre, o que seria uma vantagem, mas que não pensa que para isso talvez tenha de trabalhar mais, porque na hora de fazer a conta de quanto precisa ganhar esquece de incluir benefícios. "Eles às vezes nem são percebidos no dia a dia, mas fazem a diferença, principalmente para quem ganha menos."

A diferença entre celetistas e autônomos explicita o impacto da reforma trabalhista do pós-golpe, que permite a substituição de vagas formais por ocupações precarizadas, sem os direitos garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

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