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Chapéu
Resistência

Bancários farão ato nacional em defesa dos bancos públicos nesta sexta-feira 4

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Em São Paulo atividades se concentrarão na região da avenida Paulista, onde os trabalhadores alertarão colegas e população sobre os prejuízos sociais resultantes dos ataques que essas empresas públicas estão sofrendo
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Arte: Contraf-CUT

Os bancários farão nesta sexta-feira 4 um ato nacional em defesa dos bancos públicos. Em São Paulo a atividade será concentrada na região da Avenida Paulista. Será distribuído material impresso para a população reforçando como a existência dessas empresas públicas beneficia a sociedade.

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O protesto também irá alertar sobre os ataques que a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES e outros bancos públicos estão enfrentando desde o governo Temer e que se mantiveram na gestão Bolsonaro.

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“Além do diálogo com a população sobre a importância dos bancos públicos, faremos reuniões nos departamentos e agências do Banco do Brasil para alertar sobre o desmonte da empresa e da Cassi, cuja situação deficitária está em meio a um impasse já que o banco se recusa a abrir negociação para solucionar o déficit da caixa de assistência, situação que levou a ANS  a declarar intervenção”, diz João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos funcionários do BB.

“Foi dito inicialmente que os bancos públicos não seriam privatizados, no entanto estamos vendo um verdadeiro desmonte do patrimônio público e do direito dos trabalhadores dessas instituições. As atividades farão diálogo com a população e com os bancários para que fique cada vez mais clara a importância dessas instituições para o povo e o risco que corremos caso esses bancos sejam encolhidos, precarizados ou privatizados”, afirma a dirigente sindical e bancária da Caixa Vivian Sá.

A redução do número de bancários é um sintoma do encolhimento dos bancos públicos. Em junho de 2016 o BB tinha 109.615 bancários. Em junho de 2019 passou a contar com 96.168, redução de 12,3%. A Caixa tinha 95.687 empregados em junho de 2016. Três anos depois, contava com 84.378 bancários, redução de 11,8%.

O fechamento de centenas de agência  é outra sinalização da redução dessas empresas. Em junho de 2013 o Banco do Brasil tinha 5428 agências. De lá para cá fechou 715 unidades, redução de 13% em três anos e, em junho de 2019 contava com 4.713 unidades. No mesmo período a Caixa fechou 33 agências (de 3.407 para 3.374), redução de 1% no total.

Ainda assim os bancos públicos possuem mais de 9 mil agências, 46% do total. Muitos municípios pouco povoados só contam com agências dos bancos públicos, já que as instituições privadas não têm interesse em atuar em locais que não oferecem retorno financeiro e lucro.

Também são responsáveis por mais de 80% da carteira de crédito imobiliário – R$ 597 bilhões em financiamentos imobiliários, em junho de 2019; e 72% da carteira de crédito rural –  R$ 180 bilhões em financiamentos, em junho 2019.

Além da concessão de crédito, os bancos públicos são responsáveis pela administração de programas sociais. Somente em 2017 o Bolsa Família, também administrado pela Caixa, pagou R$ 27,8 bilhões a pessoas em situação de vulnerabilidade social.   

Em São Paulo, o Programa Minha Casa Minha Vida, gerido pela Caixa, construiu 193.499 unidades habitacionais. Um investimento da Caixa no total de aproximadamente R$ 11,2 bilhões desde o início do programa.

A Caixa também administra as loterias que, apenas em 2017,transferiram R$ 5,2 bilhões do dinheiro dos jogos a programas sociais nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde. O governo Bolsonaro tentará entregar as Loterias Instantâneas (Lotex) para o capital privado no dia 22 de outubro.

Até 1990 o FGTS era pulverizado em vários bancos, o que facilitava fraudes e aumentava os riscos de perdas do dinheiro dos trabalhadores com eventuais falências de instituições privadas. A partir de 1991 o fundo passou a ser administrado exclusivamente pela Caixa e já executou R$ 131,1 bilhões em obras de saneamento, habitação e infraestrutura no Estado de São Paulo.

 O fundo sofre assédio intenso dos bancos privados, interessados em administrar seus recursos. Caso isso ocorra, o financiamento de obras nessas áreas poderá ser afetado.  

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