A diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo Rita Berlofa foi reeleita, na quinta-feira 24, presidenta da UNI Finanças Mundial, entidade que representa cerca de 3 milhões de trabalhadores do setor financeiro, em 237 sindicatos por todo o mundo. A eleição se deu durante a 5ª Conferência Mundial da entidade, realizada entre os dias 22 e 24 de outubro, em Málaga, na Espanha.
“Que orgulho e alegria ter sido reeleita na 5a Conferência da UNI Finanças mundial, que contou com a participação de mais de 400 sindicalistas de 72 países, para presidir a UNI Finanças, um sindicato global que representa mais de 3 milhões de trabalhadores do setor financeiro. Agradeço a todos pelo voto de confiança”, declarou a dirigente sindical bancária, que estará mais quatro anos a frente da entidade.
A dirigente sindical brasileira foi eleita pela primeira vez em 2015, quando se tornou a primeira mulher latino-americana a presidir a UNI Finanças Mundial, um braço da UNI Global Union, sindicato global que representa, por sua vez, mais de 20 milhões de trabalhadores de mais de 900 sindicatos do setor de serviços em todo o mundo.
Rita Berlofa é bancária do Santander, mas iniciou sua carreira no Banespa - Banco do Estado de São Paulo, e participou ativamente da luta contra sua privatização, que acabou se concretizando em novembro de 2000, quando a instituição estatal foi comprada pelo grupo espanhol, que atua em 10 países da Europa e das Américas.
Rita foi coordenadora por quase 10 anos da Rede Sindical para as Américas do Santander, pela UNI Finanças, e fez parte da diretoria executiva da UNI Finanças Mundial e da UNI Mundial como primeira suplente.
Fortalecimento dos sindicatos
Com a temática sobre o fortalecimento dos sindicatos, a 5ª Conferência Mundial da Uni Finanças discutiu questões importantes para o trabalhador do ramo financeiro, como a importância dos Acordos Marcos Globais, que garantem os mesmos direitos aos trabalhadores de uma empresa global em qualquer país em que atuem, e igualdade de oportunidades.
Outro ponto debatido foi a necessidade de os bancos se voltarem para uma economia real, deixando de atuar apenas com foco para o rentismo.
Em seu discurso, a presidenta da UNI Finanças Mundial falou da importância de enfrentar os desafios e do fortalecimento da unidade sindical pelo mundo. Ressaltou ainda que a maior luta da entidade será garantir o direito à sindicalização a todos os trabalhadores do mundo. “Nos EUA, os bancários são pressionados a não se sindicalizar. São mais de 1 milhão de trabalhadores que têm esse direito cerceado. Um dos nossos desafios será este. Garantir que os trabalhadores norte-americanos tenham o direito humano de ter um sindicato.”
Sistema financeiro que queremos
Os trabalhadores debateram, no dia 23, a atuação dos sindicatos na luta por um sistema financeiro sustentável. Representantes do mundo acadêmico foram convidados para contribuir com a reflexão sobre um o sistema financeiro que seja sustentável, que não seja predador. “Queremos um sistema financeiro que sirva para desenvolver o mundo, que esteja a serviço da sociedade e não seja apenas uma máquina de fabricar dinheiro para seus acionistas e seus donos. Temos que colocar o sistema financeiro efetivamente a serviço do desenvolvimento para construir um mundo melhor”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva (foto ao lado).