Em uma atitude arbitrária por parte dos gestores, bancários do Banco do Brasil foram impedidos de assistir a uma palestra sobre adoecimento mental no local de trabalho. O evento faria parte da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat) e não pode ser realizado porque os palestrantes, dois psicólogos especialistas em saúde mental no trabalho, foram barrados quando chegaram ao prédio do Varicred, no centro de São Paulo, onde funciona os departamentos de crédito imobiliário.
A palestra seria realizada nesta quinta-feira 24. Ao chegarem ao local, os palestrantes tiveram o acesso negado pela administração. Os funcionários já estavam se preparando para a atividade, que havia sido organizada pelos cipeiros democraticamente eleitos pelos bancários.
“Por que não pode falar sobre saúde mental no Banco do Brasil? São verdades incômodas?”, questiona o dirigente sindical Diego Pereira. “A categoria bancária é a que mais sofre com doenças mentais, quase sempre de fundo laboral, provocadas pelas metas abusivas, volume de trabalho extenuante, pressão e outros problemas que geram este tipo de adoecimento”, completou.
Diego ressalta, também, que a atitude dos gestores do Varicred atenta, também, contra a liberdade de atuação da Cipa do local.
“É uma dupla censura: tanto aos psicólogos, que se dispuseram a vir trazer esclarecimentos e informação, quanto aos cipeiros, que foram escolhidos entre seus colegas e não puderam levar a cabo a atividade que já vinha sendo divulgada internamente. Sem contar a grosseria da atitude dos gestores, ao barrar os convidados na porta, em cima da hora do evento. Este tipo de postura não condiz com que é esperado no Banco do Brasil”.
O Síndicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região já solicitou reunião com o gestor do Cenop Imobiliário e com a Gepes SP, a fim de procurar entender essa situação.