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Caixa: Pedro Guimarães e os jogos mortais

Linha fina
Direção do banco exige que os empregados façam atendimentos do auxílio emergencial e do saque do FGTS, além de cobrar que entreguem mais de 100% da venda de produtos em meio a uma conjuntura que paralisou a economia e que mantém as agências desfalcadas por conta da pandemia
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Foto: Seeb-sp

Além de terem de fazer atendimentos relacionados ao calendário de pagamento do auxílio emergencial e do saque emergencial do FGTS, os empregados da rede de agências da Caixa estão sendo cobrados para entregarem mais de 120% das metas de vendas de produtos, alguns deles até com rendimento negativo. 

Na terça-feira 6, a direção da Caixa aumentou em R$ 2 milhões a meta de consignado do INSS em algumas agências. “Uma atitude, no mínimo, irresponsável, pois o público alvo dessa linha de crédito é idoso na sua maioria, e não deve acessar as unidades. Além disso, tem dificuldade de utilizar os meios tecnológicos, portanto podemos entender que, ou estão considerando que a pandemia acabou, ou estão estimulando métodos errados de atingir as metas com a ameaça de descomissionamento constante”, aponta Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato. 

Isso em uma conjuntura de paralisação da economia que mantém mais de 13 milhões de pessoas sem emprego, e quando muitos empregados considerados do grupo de risco por causa do coronavírus estão em home office.

“É um absurdo a direção da Caixa cobrar dos empregados que cumpram mais de 120% das metas, além de terem de atender a população mais carente, quando muitas agências estão operando com menos de 50% do número de empregados”, protesta Leonardo Quadros, diretor da Apcef/SP

Para piorar, os bancários denunciam que as regras mudam a todo momento, o que os impossibilita de sequer fazerem um planejamento para o cumprimento de metas. Em um exemplo, sem nenhuma explicação, as metas para o crédito consignado foram desmembradas com a separação entre servidores públicos e aposentados.  

“Vergonha da área estratégica dessa empresa, que muda a regra do jogo no meio da partida. Nenhuma empresa decente faz isso. Ainda sumiram com um terço do realizado e aumentaram a meta”, desabafa um empregado. 

Álbum de figurinhas

A direção da Caixa ainda inventou um “Programa de Reconhecimento Regional” para “destacar os desempenhos extraordinários” na superintendência de rede. De acordo com as regras, cada unidade irá receber um “álbum de excelência” com o objetivo de completar todas as figurinhas até dezembro. A cada mês serão definidos quatro “selos de excelência” que simbolizarão as metas de vendas de produtos a serem batidas. 

“É uma chacota da direção da Caixa – no meio da pandemia, com filas dobrando nas agências – inventar de fazer um álbum de figurinhas para serem completadas com metas a serem batidas”, protesta empregada da Caixa. 

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a Apcef/SP vão enviar ofício ao vice-presidente de Rede, Paulo Ângelo, e ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, responsáveis por essa “brincadeira” sem graça, questionando as metas e cobrando a priorização da saúde e da vida dos empregados

“A Caixa diz que a meta é a vida, mas este tipo de gestão mostra que a prioridade não é a vida e muito menos a saúde dos empregados ou da população. É inaceitável que a direção do banco siga cobrando metas abusivas de produtos com rendimentos negativos em meio a uma crise econômica e social causada pela pandemia e que mantém 13 milhões de pessoas sem emprego e renda”, afirma Dionísio Reis. 

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