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Menos mortes, mais inteligência: Sindicato defende segurança baseada em estratégia e integração das polícias

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Moradores do Alemão e da Penha protestam contra mortes em operação (FOTO: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A operação policial realizada no Rio de Janeiro nesta semana, que já é considerada a mais letal da história do estado, com 121 mortos até o momento, escancara o fracasso de uma política de segurança pública baseada na lógica do confronto e da improvisação. A ação, marcada pela carência de planejamento e inteligência, resultou em uma tragédia que atinge principalmente a população mais pobre e também ceifou a vida de policiais. O episódio reforça a urgência de uma mudança estrutural no modelo de combate ao crime organizado no país.

O enfrentamento à raiz da criminalidade não se faz com tanques, helicópteros e operações midiáticas, mas sim com inteligência, integração e sufocamento financeiro das organizações criminosas. Um exemplo recente e bem-sucedido foi a operação deflagrada em agosto deste ano contra o PCC (Primeiro Comando da Capital), que desarticulou um esquema bilionário de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro. A ação, conduzida pelo Ministério Público Federal, MP-SP e pelas polícias Federal, Civil e Militar em oito estados, contou com cerca de 1.400 agentes e não deixou vítimas. O foco, nesse caso, foi atacar o coração do crime: o dinheiro que o alimenta.

O Governo Federal tem defendido essa estratégia por meio de políticas de integração e inteligência. Um passo fundamental nessa direção é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2025 em tramitação no Congresso, que cria um Sistema Unificado de Segurança Pública, nos moldes do SUS. A medida busca padronizar protocolos, integrar bancos de dados e fortalecer a cooperação entre União, estados e municípios, sem interferir nas prerrogativas estaduais. É fundamental pressionar o Congresso para que a PEC seja aprovada o mais rápido possível, viabilizando assim as melhorias necessárias na segurança pública.

"Matar pessoas não resolve o problema do crime. Colocar em risco a vida de policiais e da comunidade é uma irresponsabilidade e lamentamos por todos que perderam a vida. O enfrentamento à criminalidade precisa ser feito com estratégia e inteligência, como vimos na operação recente que desarticulou a estrutura financeira do PCC. É esse o caminho que o Brasil deve seguir: combater o crime sem sacrificar vidas", analisa Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato.

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