
Em um dia histórico para a luta da classe trabalhadora, lideranças sindicais e movimentos sociais estiveram em Brasília nesta quarta-feira (1°) para a entrega do Plebiscito Popular 2025. A iniciativa consultou a população sobre a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e sobre o fim da escala 6x1.
O resultado do plebiscito, que já conta com 1,5 milhão de votos, foi entregue para Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados. Por esmagadora maioria, a população manifestou apoio às propostas de justiça tributária e redução de jornada.
Juntamente com a entrega, as lideranças sociais participantes se reuniram com Motta para cobrar o avanço das pautas populares no Congresso. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e o presidente do PT, Edinho Silva, também estiveram presentes. Os trabalhadores do setor financeiro, que contribuíram durante todo o processo, foram representados por Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
O encontro ocorreu em uma data extremamente importante, na qual será votado o projeto de isenção do IR até R$ 5 mil (PL 1.087/2025), com descontos progressivos até R$ 7.350, elaborado pelo Governo Federal. Os organizadores do Plebiscito Popular buscam evitar que o projeto seja sabotado, uma vez que partidos da direita/oposição tentam aprovar a isenção sem a compensação oriunda da taxação dos mais ricos.
"O projeto que isenta de IR os brasileiros que recebem até R$ 5 mil, e reduz o imposto para quem ganha até R$ 7.350, além de ser uma promessa do presidente Lula, é fruto da luta histórica da classe trabalhadora, do Sindicato dos Bancários, da CUT, por justiça tributária. Por um sistema verdadeiramente progressivo, no qual os super ricos passem de fato a pagar imposto, e quem ganha menos, pague menos", afirma Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, entidade fortemente atuante no Plebiscito Popular.

Mobilização histórica
Desde o início de julho, diferentes movimentos sociais vêm dialogando com a população e coletando votos que respondem às seguintes questões: Você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e do fim da escala 6x1? Você é a favor de que quem ganhe mais de 50 mil por mês pague mais imposto de renda para que quem recebe até 5 mil por mês não pague?
O Sindicato dos Bancários de São Paulo atuou ativamente no plebiscito, coletando votos em toda sua base de atuação. A iniciativa teve importante papel na pressão para que o legislativo avançasse na análise e votação do projeto do Governo Federal.
Projeto beneficia os bancários
Boa parte dos bancários e bancárias se beneficiará caso o projeto do governo Lula seja aprovado no Congresso: segundo cálculos do Dieese, 30% da categoria ficaria isenta ou teria uma mordida menor do “leão”. Isso significa que cerca de 54,3 mil bancários se beneficiariam, sendo a maioria composta por mulheres (54%).
Quem ganha mais, paga mais
Como o governo é obrigado pela legislação a propor medidas compensatórias para a perda de arrecadação com o aumento da faixa de isenção do IR, foi incluída no projeto de lei uma alíquota de até 10% de IR para quem ganha mais de R$ 600 mil por ano, o equivalente a R$ 50 mil mensais.
Entram nessa conta (de mais R$ 600 mil por ano) salário, renda com aluguéis, dividendos e outros rendimentos (não entram na soma herança e venda de bens). Para os que ganham mais de R$ 600 mil ao ano, aplica-se uma alíquota que cresce gradualmente, até chegar a 10% para quem ganha R$ 1,2 milhão ou mais. Mas essa regra só vai afetar 141,4 mil pessoas, que correspondem a 0,06% da população brasileira e 0,13% de todos os contribuintes do país.
