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Massa salarial sobe quase 5% em três meses

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População ocupada aumentou em 570 mil pessoas entre julho e outubro, segundo pesquisa do IBGE
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São Paulo – A massa salarial subiu quase 5% acima da inflação entre julho e outubro, crescimento resultante tanto do aumento da renda real como da forte criação de empregos. A análise é resultado da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada no dia 22 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com os dados do PME, a população ocupada aumentou em 570 mil pessoas entre julho e outubro, o que corresponde a 83% do crescimento registrado em um ano. Na comparação com outubro de 2011, houve elevação de 684 mil pessoas ocupadas no mercado de trabalho.

Esse avanço também é observado na massa salarial, que cresceu 7,9% na comparação com outubro de 2011, o que representa montante adicional de R$ 3,1 bilhões e aumento de 4,6% no poder de compra dos ocupados. Desse total, R$ 2 bilhões (64%) foram adicionados apenas nos últimos três meses.

Considerando os resultados para o mês de outubro na série do IBGE, esse crescimento de 7,9% se aproxima do registrado em outubro de 2008, quando a massa cresceu 9% ante o mesmo período de 2007.

No entanto, a atividade em 2008 estava bem mais forte. Naquele ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,2%, enquanto a projeção mais recente do mercado para o crescimento do PIB neste ano está em 1,54%.

Desocupação menor – A desocupação caiu para 5,3% em outubro, ante 5,4% em setembro e 5,8% em outubro de 2011, no conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE – São Paulo, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Esse é o menor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 2002.

Para Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria, em entrevista ao Valor Econômico, o aquecimento do mercado de trabalho e a escassez de mão de obra têm acirrado a disputa por trabalhadores entre os próprios setores da economia. O resultado dessa corrida se reflete em salários mais altos.

> Reajustes salariais têm melhor resultado desde 1996

Entre as regiões metropolitanas, economistas destacaram o desempenho da ocupação em São Paulo. “O primeiro lugar a sentir mudanças no mercado de trabalho é a região metropolitana de São Paulo”, disse o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Segundo o coordenador, a queda expressiva na taxa de desemprego da região, de 6,5% em setembro para 5,9% em outubro, decorre do início da busca por empregos temporários de fim de ano. Ele explica que os setores que mais contrataram no mês passado foram comércio (+56 mil) e serviços (+61 mil).

Para Azeredo, o resultado observado em São Paulo pode indicar a queda da taxa de desemprego nas demais regiões nos próximos meses.


Redação, com informações do Valor Econômico e do IBGE – 26/11/2012

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