São Paulo – Participação é a palavra de ordem. Diante de um Congresso composto por maioria de parlamentares distantes das causas sociais e dos trabalhadores, somente com muita mobilização e pressão as pautas dessa parcela tão representativa da sociedade vão avançar.
Vale lembrar que nas eleições de 2014, a bancada de deputados federais que defende a causa trabalhista caiu quase pela metade: dos atuais 83 representantes para 46. Do outro lado, a bancada empresarial ficou com 190 parlamentares.
> Congresso fica pior para trabalhadores
Assim, na quinta-feira 13, a Central Única dos Trabalhadores, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e outras organizações populares vão tomar a Avenida Paulista por reformas estruturais para o Brasil. “A marcha, com concentração no vão livre do Masp, às 17h, partirá rumo à Praça da Sé, no centro de São Paulo, apoiando compromissos importantes assumidos pela presidenta eleita da República, Dilma Rousseff, e homenageando o povo nordestino tão duramente atacado nas eleições deste ano”, convoca o presidente da CUT, Vagner Freitas.
“O povo tem de defender nas ruas as mudanças que quer para o Brasil, para aprofundar a democracia e tornar mais justa a tributação, por exemplo”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Temos de fazer a política trabalhar sempre belo bem da maioria da população.”
Reformas – Dentre as principais mudanças estruturais defendidas pela marcha, estão a reforma agrária, a tributária e a política, feita por uma assembleia constituinte com representantes exclusivamente eleitos pelo povo. Temas como o fim do financiamento das campanhas eleitorais por empresas estão no centro dos debates.
Os trabalhadores querem, ainda, a democratização dos meios de comunicação. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o cientista político Francisco Fonseca, destacou a necessidade de se promover essa reforma em busca de maior pluralidade e de forma que se revejam os critérios de concessão de rádio e televisão, e a distribuição de publicidade oficial entre os diversos veículos existentes.
“São os movimentos sociais, organizados de baixo para cima, que têm legitimidade para defender as instituições democráticas e lutar por direitos sociais e de cidadania”, apontou Fonseca, reforçando a necessidade de mobilização popular para instituir tais reformas e resistir ao avanço do discurso conservador: “Tudo isso está presente nesta postura de vencer esse debate público da democracia contra o autoritarismo, dos direitos sociais contra o elitismo. É isso que está em jogo. Se o Brasil, hoje, é uma democracia, essa democracia passa pelos movimentos sociais”.
Cláudia Motta, com informações da Rede Brasil Atual – 11/11/2014
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Movimentos social e sindical fazem ato na Paulista, na quinta-feira, por reformas estruturais que aprofundem a democracia
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