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Dr. Drauzio, os banqueiros não agem assim!

Linha fina
Em palestra no TST, médico afirmou que maioria dos empresários dá importância à saúde do trabalhador. Para o Sindicato, não é essa a realidade dos bancários
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São Paulo – O otimismo do médico e cientista Drauzio Varella durante o Seminário Internacional Trabalho Seguro 2015, realizado em 23 de outubro no Tribunal Superior do Trabalho (TST), não condiz com a realidade dos bancários, que enfrentam diariamente o descaso dos bancos com a falta de condições de trabalho, de segurança, a insalubridade, dificuldades na emissão de Comunicação de Acidente no Trabalho (CAT), sem falar na pressão e sobrecarga de serviço, entre outros problemas.

Apesar de ter se impressionado com o número de 700 mil acidentes de trabalho registrados por ano no Brasil, na opinião dele, a maioria dos empresários já incorporou a ideia de que a saúde do trabalhador é um importante capital para a empresa.

“Respeitamos e enfatizamos a importância do trabalho do Dr. Drauzio Varella no país. Mas é preciso ressaltar que esse comportamento da ‘maioria dos empresários’ citada por ele não incluiu os banqueiros. Constatamos frequentemente agências bancárias em reforma em que gestores obrigam os trabalhadores a exercerem suas atividades na poeira e correndo riscos. Situações essas que precisam da interferência do Sindicato para proteger os funcionários. Os assaltos são rotineiros e os bancos sequer avançam nas reivindicações da categoria no que diz respeito à segurança”, enfatiza o secretário de Saúde do Sindicato, Dionísio Reis.

O médico disse ainda que “acidentes de trabalho não são obras do destino. Nós os provocamos com a nossa negligência com o corpo”. Para Dionísio, o local de trabalho e a gestão devem se adaptar aos trabalhadores para que esses não adoeçam e nem se acidentem e não o contrário. “A responsabilidade é das empresas com os trabalhadores.”

“Como Sindicato, lutamos para que os bancários trabalhem com mobiliário adequado, em locais limpos e seguros. Mas nos deparamos com tetos caindo, com insetos, falta de limpeza, e, recentemente, tivemos que acionar a Justiça para que a Caixa Federal pagasse adicional de periculosidade aos empregados de um prédio por armazenar diesel para manutenção de seus geradores, pois, se não fosse a decisão judicial, nada seria feito pelo banco. Ou seja, é sempre um desafio enorme conscientizar os empresários que a saúde do trabalhador é importante para a empresa”, finaliza.


Redação, com informações do TST – 4/11/2015
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