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Chapéu
em 2017

Bancos eliminaram 17,8 mil postos de trabalho até outubro

Linha fina
Nos nove primeiros meses do ano, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander lucraram R$ 47,8 bilhões, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2016; salários dos bancários contratados corresponde a 56% da remuneração dos demitidos 
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Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini

São Paulo – Em 2017, o setor bancário brasileiro continua com sua tradição de lucrar e demitir. Entre janeiro e outubro, foram eliminados 17.801 postos de trabalho. Somente a Caixa extingui 6.827 vagas de emprego no ano. O movimento do emprego bancário em 2017 está totalmente atrelado aos planos de demissão voluntária promovidos pela Caixa e pelo Bradesco. 

Os bancos múltiplos com carteira comercial (que incluem Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) cortaram 10.682 empregos. Por outro lado, nos nove primeiros meses do ano, esses quatro bancos lucraram R$ 47,8 bilhões, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2016.

Além do corte de postos de trabalho, a média salarial entre os empregados demitidos e os admitidos ajuda a explicar a alta lucratividade. A remuneração média dos contratados foi de R$ 4.180 entre janeiro e outubro. O valor corresponde a 56% do que ganhavam os demitidos (R$ 7.379).

Em outubro foram cortados 922 postos de trabalho no setor. O salário médio dos bancários admitidos (R$ 3.627) corresponde à metade do que recebiam os trabalhadores demitidos no mês (R$ 7.254).

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério do Trabalho.

“Mais uma vez os dados do Caged reforçam aquilo que estamos cansados de denunciar mês após mês: os bancos seguem lucrando muito no país sem oferecer qualquer contrapartida social. Não contribuem sequer com a criação de postos de trabalho, quanto mais com a oferta de crédito acessível à população a fim de auxiliar a dinamizar a economia”, critica a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro.

“Para agravar esse quadro desolador, a Caixa, que nos últimos anos cresceu de tamanho e auxiliou no desenvolvimento social do país, agora sob o governo Temer encolhe por meio da diminuição de empregados e do fechamento de centenas de agências por todo o país”, protesta a dirigente. “O processo de sucateamento do único banco 100% público com atuação nacional prejudicará toda a população e beneficiará apenas os bancos privados, que terão ainda menos concorrência em um setor extremamente concentrado que age praticamente como um cartel”, conclui Neiva.

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