São Paulo – Sem saída. Esse é o sentimento da maioria dos bancários do antigo Câmbio, agora DROC. Além de acabar com o departamento localizado há mais de 30 anos no centro de São Paulo, o Bradesco, está transferindo todos os trabalhadores para o centro administrativo conhecido como Núcleo Vila Leopoldina, situado no distante bairro de mesmo nome, na zona oeste.
Muitas preocupações rondam os trabalhadores, dentre elas a distância. São vários os relatos de bancários que terão problemas com relação à rotina como escola dos filhos e o estudo próprio.
“Ninguém quer ir para a Vila Leopoldina por conta da distância e também porque lá não tem a mesma infraestrutura do centro", reforça uma bancária. “Tem poucas opções de restaurante, médico. A grande maioria mora na zona leste, tem gente que mora em Guarulhos, Mogi. Chegar no centro já não é fácil, imagina se deslocar até a zona oeste. Vamos perder mais de 3 horas [no deslocamento]”, lamenta a trabalhadora.
Consulta feita pelo Sindicato em julho do ano passado revelou que 82% dos bancários do Câmbio não desejam a transferência para o Núcleo Vila leopoldina.
A bancária ouvida ressalta outro problema: a sobrecarga de trabalho e a extrapolação da jornada aumentaram por causa do Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE) que eliminou mais de 7 mil postos de trabalho. “A última van [que faz o transporte para o Metrô e CPTM] sai às 19h10, mas por causa do PDVE a gente está saindo do banco às 20h, 20h30. É muita sobrecarga, e o local não é muito seguro”, acrescenta a bancária.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, apenas nos nove primeiros meses de 2017, a delegacia que atende a região (91º Distrito Policial Ceagesp) registrou 1.758 roubos e furtos, além de 677 roubos e furtos de veículos. Também ocorreram seis homicídios no período.
“Já que o banco irá acabar com o departamento sem nenhuma explicação, deveria ao menos disponibilizar vagas mais próximas das casas dos bancários, pois, como já reforçamos, a grande maioria mora nos extremos de São Paulo, e não gostaria de sair da Nova Central, onde, aliás, caberiam todos trabalhadores”, sugere o dirigente sindical e bancário do Bradesco Vanderlei Alves.