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Chapéu
PORTAL DO INFERNO

Sindicato denuncia rotina massacrante causada por gestora do Banco do Brasil

Linha fina
Protesto foi deflagrado na agência palco de abusos praticados pela gerente-geral, que é reincidente nos casos de assédio moral
Imagem Destaque
Foto: Seeb-SP

São Paulo – O assédio moral praticado pela gerente-geral de uma agência situada no Butantã motivou a realização de um Portal do Inferno na quarta-feira 1º. Os funcionários denunciaram ao sindicato uma série de abusos e desrespeitos cometidos pela gestora, que já era reincidente nessa situação em outra unidade bancária situada no centro

Portal do Inferno é a marca de um protesto lúdico deflagrado pelo Sindicato para evidenciar casos de assédio moral, comuns nos bancos devido à estrutura organizacional focada exclusivamente no cumprimento de metas abusivas para obtenção dos lucros astronômicos, o que resulta em um ambiente de trabalho disseminador de doenças psíquicas.   

“Os funcionários afirmam que estão adoecendo por causa das atitudes da gerente-geral. Segundo eles contam, a gestora afirma que não adianta nada reclamar dela para Ouvidoria ou para a Gepes [Gestão de Pessoas], porque ela diz ter amigos nesse departamento e ficará sabendo das denúncias, o que caracteriza mais uma forma de intimidação e ameaça”, relata o dirigente sindical e bancário do Banco do Brasil Paulo Rangel. 

Os trabalhadores denunciam inúmeras atitudes que demonstram desrespeito e má gestão como, por exemplo, dizer que filho doente é problema da avó da criança; exigência de compensação de horas ausentes por causa de consulta médica; apresentação e validação de atestado médico pessoalmente, mesmo que o documento indique a necessidade de afastamento.

Ainda segundo denúncias, a gestora submete a concessão do abono-assiduidade ao cumprimento de metas. O abono é um direito assegurado pela convenção coletiva de trabalho aos bancários que não tiveram nenhuma falta injustificada durante o ano. 

Além disso, ainda segundo denúncias de bancários, a gestora comete uma série de práticas que caracterizam má gestão, como negar informações que podem ajudar a desenvolver o trabalho; se negar a oferecer ajuda; proibir a divulgação de seu nome para os clientes; não permitir que os escriturários falem diretamente com ela; não realizar reuniões com a equipe a fim de aprimorar o trabalho;  levantar inúmeros questionamentos e emperrar processos que dependem do seu aval, sem apontar qualquer solução.

“Reivindicamos que o Banco do Brasil reoriente a gestora e, principalmente, reveja sua gestão organizacional construída em cima do cumprimento de metas abusivas objetivando lucratividade cada vez maior, o que gera inúmeros casos de assédio moral e adoecimentos por causa de situações como as denunciadas na agência Butantã”, cobra o dirigente. 

De acordo com os últimos dados do INSS disponíveis, mais de 18 mil bancários (18.671) foram afastados em 2013 em todo o país – sendo 24,6% por LER/Dort e 27% por transtornos mentais e comportamentais (como stress, depressão e síndrome do pânico).

Pesquisa realizada pelo Sindicato entre abril de 2016 e abril deste ano, com 4.848 bancários, revelou que 39% dos entrevistados já foram acometidos por doenças relacionadas ao trabalho.

Casos de assédio moral como os descritos acima podem ser denunciados ao Sindicato diretamente a um dirigente sindical, pelo canal Assuma o Controle, pelo Whatsapp da entidade (11 97593-7749), ou por meio da Central de Atendimento (3188-5200). O sigilo da vítima é absoluto. 

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