A reforma da Previdência, se possível ainda este ano, já foi anunciada como prioridade pelo governo eleito, que assume em 1º de janeiro. O ultraliberal futuro ministro da Economia defende a privatização do sistema, a exemplo do que ocorreu no Chile, onde 90% dos aposentados recebem, no máximo, apenas dois terços do valor do salário mínimo naquele país, e a taxa de suicídio entre a população com mais de 70 anos é a mais alta de toda a América Latina.
“A reforma defendida pelo futuro governo prejudica o povo brasileiro para atender aos interesses do mercado e dos empresários. Querem acabar com o direito à aposentadoria e reduzir os valores dos benefícios, sacrificando a população, mas não querem cobrar as empresas que devem bilhões à Previdência e nem acabar com as isenções fiscais que beneficiam os empresários [veja infográficos abaixo]”, critica a presidenta do Sindicato, Ivone Silva.
Isenções superam suposto “déficit”
Segundo relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), as isenções de impostos para empresas alcançaram R$ 354,7 bilhões. Esse montante corresponde a 30% de toda receita líquida do governo no ano e supera os alegados “déficits” da Previdência Social e do regime de aposentadorias dos servidores federais, que somaram R$ 268,8 bilhões em 2017. “Ao invés de prejudicar quem trabalha a vida inteira, o governo deveria cobrar impostos dos empresários. Mas não é isso que o futuro presidente, de extrema direita, pretende fazer. Vai ter luta e resistência”, anuncia a dirigente.
Dia Nacional de Luta nesta quinta 22
Para fazer frente a mais essa ameaça, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Intersindical, CSP-Conlutas, UGT, CGTB, CSB, Nova Central, Força Sindical e CTB estabeleceram um calendário de luta. Na quinta-feira 22 haverá dia nacional de mobilização, com panfletagens, assembleias nos locais de trabalho e diálogo com a população. O Sindicato dos Bancários de São Paulo estará presente nos locais de trabalho conversando com a categoria.
> Veja material produzido pela CUT para a mobilização desta quinta 22
A CUT e demais centrais realizarão novas mobilizações em todo o país no dia 26 de novembro.
“Foi a luta do movimento sindical que impediu, em 2016 e 2017, a votação da reforma da Previdência proposta por Temer. Agora vamos continuar nas ruas, mobilizados em defesa do direito à aposentadoria”, reforça Ivone.