A categoria bancária esteve mobilizada nesta quinta-feira 29, Dia Nacional de Luta contra o fatiamento da Caixa, simbolizado pelo leilão da Lotex, que estava marcado para o dia 29 e foi adiado para 5 de fevereiro. A privatização da Loteria Instantânea é mais um ataque que a Caixa vem sofrendo pelo governo federal, por isso o movimento sindical está promovendo a campanha Não Tem Sentido, em que empregados e cidadãos em geral possam mandar seu recado em defesa do banco para que ele continue 100% público, forte e cumprindo seu papel social a serviço dos brasileiros.
Em todo o país, os representantes dos trabalhadores foram aos locais de trabalho e em praças públicas dialogar com bancários e a população sobre a importância do banco público para a sociedade e para o desenvolvimento socioeconômico do país.
Também foram distribuídos cartazes e preguinhas da campanha “Não tem sentido”, lançada em outubro pela Fenae, com os dizeres “Não tem sentido privatizar a Lotex”, “Não tem sentido fatiar a Caixa”, “Não tem sentido privatizar a Caixa”, “Não tem sentido enfraquecer a Caixa” e “Não tem sentido diminuir a Caixa”.
As mobilizações em defesa da Caixa 100% pública não param por aí. No dia 6 de dezembro, os trabalhadores realizarão um Dia Nacional de Luta em defesa de todos os bancos públicos.
Para Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), é fundamental que empregados e sociedade continuem na luta em defesa do banco público. “Precisamos reforçar a mobilização em defesa da Caixa, para que ela continue forte, social e parceira estratégica na execução de políticas públicas”, afirmou.
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Pelo www.naotemsentido.com.br é possível enviar vídeos ou escrever depoimentos apoiando a iniciativa. Um manifesto foi divulgado por ocasião do lançamento da campanha.
Leilão da Lotex
A privatização da Loteria Instantânea integra o Programa Nacional de Desestatização. A venda da Lotex representa uma perda gigantesca para os brasileiros. As loterias Caixa, de forma global, registraram no ano passado uma arrecadação próxima a R$ 14 bilhões. Desse montante, quase metade (48%) foi destinado aos programas sociais. Se a venda for efetivada, o montante deverá ser reduzido drasticamente, já que o leilão prevê repasse social de apenas 16,7%.
Dos R$ 6,5 bilhões arrecadados no primeiro semestre de 2018, aproximadamente R$ 2,4 bilhões foram transferidos para programas, a exemplo do Fies e dos Fundos Nacionais de Cultura e Penitenciário. No ano passado, foram R$ 6,44 bilhões de repasses sociais. Se a venda for efetivada, esses recursos serão reduzidos drásticamente.
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Todos em defesa do banco público
Na última semana foi anunciado pela direção da Caixa a abertura de novo plano de demissão voluntária na Caixa, que pretende dispensar 1.626 pessoas. A iniciativa é o mais recente ataque contra os bancos públicos e suas funções sociais.
A Caixa, que em 2014 possuía 101.484 empregados, hoje conta com apenas 86.427 trabalhadores. Já o BB, que em 2014 possuía 111.628 funcionários, encerrou o terceiro trimestre deste ano com 97.232 trabalhadores. Chama a atenção também o fato de que em doze meses (maio de 2017 a maio de 2018) a oferta de crédito pelos bancos públicos tenha apresentado queda de 3,6%.