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Chapéu
Fechamento de agências

Bradesco: Sindicato cobra manutenção dos postos de trabalho

Linha fina
Presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, anunciou que o banco pretende fechar 150 agências em 2019 e mais de 300 em 2020
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Em entrevista a revista Exame, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou que o banco pretende totalizar 150 agências fechadas em 2019. Já para 2020, a “meta” do Bradesco é encerrar as atividades de mais de 300 agências. O objetivo declarado é a redução das despesas operacionais do banco. A informação já constava no balanço do Bradesco referente aos nove primeiros meses do ano, no qual foi registrado lucro líquido recorrente de R$ 19,2 bilhões, crescimento de 22,3% em relação ao mesmo período de 2018.

Sindicalize-se e fortaleça a luta em defesa dos direitos dos bancários

O banco já vem fechando as agências desde a incorporação com o HSBC (set/2016). Desde então, foram fechadas mais de 770 agências.

“Diante deste anúncio, a principal preocupação do Sindicato é com os trabalhadores das agências que serão fechadas. O Bradesco precisa esclarecer qual é o número de trabalhadores que serão afetados e se serão realocados”, destaca a secretária-geral do Sindicato e bancária do Bradesco, Neiva Ribeiro. “O lucro do Bradesco cresce ano a ano através do aumento de receitas e redução de custos. Assim, a produtividade tem crescido exponencialmente. Hoje, cada bancário do Bradesco ´cuida´ de 1.004 clientes, número que tende a aumentar com o fechamento das agências, o que traz sobrecarga e adoecimento. Qual seria a solução do banco para esse risco?”, questiona. 

De acordo com a diretora do Sindicato, o atendimento à população também pode ser precarizado com o fechamento das unidades. “Outra preocupação é como ficará o atendimento à população após o fechamento de centenas de agências. Sabemos que clientes mais velhos, por exemplo, têm mais dificuldades para utilizar o autoatendimento e o aplicativo. Como ficará o atendimento a essa parcela da população?”, enfatiza.

Neiva menciona ainda o fato de que a despesa administrativa aumentou 7,5%, mas as receitas com tarifas cresceram 6,8% em um ano, totalizando R$ 19,8 bilhões até setembro de 2019. “Sabemos que o custo das agências físicas é superior ao mobile banking. Portanto, como o banco justificaria o aumento da cobrança de tarifas e serviços enquanto prioriza a utilização do aplicativo no celular?”, indaga.

Outro questionamento da diretora do Sindicato em relação aos planos expostos pelo presidente do Bradesco é relacionado à política de juros do banco. “O presidente do banco fala da ampliação da carteira de crédito, mas não trata da redução da taxa de juros ao consumidor. Sabemos que não existiu queda significativa das taxas de juros com recursos livres mesmo com as sucessivas quedas da Selic. Qual será a política de redução de juros bancários do banco para os próximos meses e anos?”

“São muitos os esclarecimentos necessários por parte do presidente do Bradesco. Ao anunciar o fechamento de tantas agências, sem mencionar como se dará esse processo, cria-se uma enorme tensão entre os trabalhadores, inseguros quanto à permanência no emprego. O Sindicato, enquanto entidade representativa dos bancários, cobra do banco a manutenção dos postos de trabalho e que esclareça o quanto antes estas questões apontadas. Iremos acompanhar todo esse processo para defender os empregos e direitos dos trabalhadores, responsáveis diretos pelos excelentes resultados do banco”, conclui Neiva.

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