Servidores de nível básico e médio da prefeitura de São Paulo que estão em greve há uma semana realizaram ato na tarde de terça-feira 12, e além de decidirem pela continuidade da paralisação, iniciaram um acampamento em frente à sede da prefeitura, no centro de São Paulo. “Uma das decisões da assembleia é a realização de um acampamento para permanecer em vigília e pressionar para que o governo nos receba e faça uma negociação de fato”, explicou a dirigente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), Djalma Maria Prado.
Os servidores reclamam que o salário foi corroído pela inflação e o poder aquisitivo caiu muito, já que há anos recebem apenas 0,01% de reajuste anual. “Em 2013, o Haddad deu 40% na tabela e desde então nada; é 0,01% e a gente compra o que é mais barato, e acaba reduzindo o que a gente compra, a cesta básica ficou menor e a nossa condição piorou”, diz Ana Soraya Nascimento, assistente de gestão de políticas públicas, em reportagem de Jô Miyagi no Seu Jornal, da TVT.
Milhares de servidores participaram do ato desta terça-feira que levou à porta da prefeitura um caixão com frases em protesto à defasagem salarial. “0,01% não dá” e alertando que irão “enterrar as privatizações”, em referência a terceirização que o governo vem implementando no setor público.
Graças à pressão dos manifestantes, a praça de atendimento da Secretaria Municipal da Fazenda foi fechada. Desde o primeiro da de greve havia uma resistência da prefeitura em respeitar a paralisação dos trabalhadores. Hoje eles tiveram de cerrar as portas.
Outra proposta colocada em votação pelo presidente do Sindsep, Sérgio Antiqueira, e aprovada é para que haja uma ação concentrada do movimento grevista. O ato foi na manhã desta quarta 13, em frente à Secretaria da Fazenda.
Foi aprovada também por unanimidade uma nova assembleia, na próxima quinta-feira 14, a partir das 14h, no viaduto do Chá. “Recebemos a informação de que o governo já enviou o projeto de reestruturação para a Câmara Municipal. É aquela proposta em que 70% da categoria não tem ganho. Ficaremos com os mesmos salários, que não têm reajuste há seis anos. Os abonos de R$ 200 que serão pagos para os agentes de apoio e de R$ 300 para os Assistentes de Gestão de Políticas Públicas (AGPPs) acabam assim que o projeto for aprovado. É um compromisso do prefeito: prejudicar 70% da categoria. Por isso seguimos em greve”, assinalou Vlamir Lima, secretário de Política Intersindical e Solidariedade do Sindsep.
Confira reportagem da TVT: