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Chapéu
segunda onda

Aumento de casos de covid-19 na Torre Santander preocupa bancários 

Linha fina
Em meio à chegada da segunda onda de contaminação causada pelo novo coronavírus, sede do banco espanhol apresenta nos últimos dias mais de 30 casos entre suspeitos e confirmados; lotação do prédio e uso inadequado de máscaras pelos bancários estão gerando indignação entre os colegas 
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Montagem: Fabiana Tamashiro

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região apurou o aumento de casos de covid-19 na Torre Santander nos últimos dias. São mais de 30 entre confirmados e suspeitos. Neste centro administrativo do banco, assim como em outros prédios da instituição financeira, houve convocação para retorno em massa. Apenas os trabalhadores inseridos no grupo de risco e casos específicos estão em casa, o que tem aumentado o número de pessoas circulando nos espaços do banco.  

“Muitos especialistas e autoridades sanitárias já alertam para a chegada da segunda onda de contaminação do coronavírus. As UTIs de hospitais públicos e privados registram alta significativa de ocupação”, ressalta o dirigente sindical e bancário do Santander Welington Prado Corrêa. 

Diante do avanço da covid-19, o Sindicato cobrará da Fenaban, em mesa de negociação nesta sexta-feira 20, a manutenção e reforço do home office.

Sindicalize-se e fortaleça a luta em defesa dos direitos dos bancários

Mesmo em face deste cenário de aumento dos casos da doença, o Santander não sinalizou o retorno para o teletrabalho (home office). Tampouco negociou um acordo com o Sindicato para garantir segurança aos seus funcionários.  

“Percebemos a angústia de vários bancários que poderiam estar em home office, pois muitas demandas podem ser feitas por meio deste regime de trabalho, bem como a implantação de rodízios para a diminuição da quantidade de pessoas trabalhando presencialmente”, enfatiza o Welington.  

Negligência 

O aumento da quantidade de pessoas trabalhando na Torre, bem como a falta do uso de máscaras, mesmo quando sentadas nas mesas, têm provocado indignação de muitos colegas que convivem com familiares inseridos no grupo de risco para a covid-19. 

Também foi denunciada a ocorrência de pessoas que retiram a máscara ao entrar em salas de reunião e, ao término, alguns saem sem o equipamento de proteção. Mais de cinco trabalhadores já foram infectados após reuniões presenciais com outras equipes. 

Alertado pelo Sindicato sobre estes problemas, o Santander disse que tem feito comunicações às VPs (Vice Presidências) alertando sobre o vírus e sobre os cuidados necessários; tem veiculado informações nos televisores dos departamentos, halls e elevadores, bem como orientações para os bancários usarem sempre máscara, até nas salas de reuniões. O banco também disse que reforçou a orientação para acabar com reuniões presenciais.  

“As medidas tomadas pelo banco são paliativas e o aumento do número de casos demonstra que elas são insuficientes. Cobramos que o Santander repense a decisão de retorno ao trabalho presencial. Não há justificativa para um prédio com mais de 5 mil pessoas operar com mais de 70% de sua capacidade, em plena pandemia”, afirma Welington. 

“Também alertamos os bancários que aumentem os cuidados e permaneçam com máscara durante toda a jornada de trabalho e em todos os lugares do prédio, inclusive nas mesas”, orienta o dirigente. 

Aumento de mortes, de contaminações e de ocupação das UTIs 

O estado de São Paulo já contabiliza 39.311 mortes e 1,117 milhão de contaminados. O Brasil registrou 754 mortes por Covid-19 e 38.401 novos casos da doença nesta quarta-feira 18. O país chega assim a 167.497 óbitos e a 5.947.403 de infectados pelo coronavírus desde o início da pandemia, em fevereiro.  

Com isso, a média móvel de mortes nos últimos sete dias foi de 584, a maior desde o dia 11 de outubro. A variação foi de +52% na comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nas mortes por Covid-19. Esta é a maior alta registrada desde o mês de maio. Os dados são das Secretarias de Saúde estaduais e foram compilados pelo consórcio Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1.  

A taxa de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais municipais de São Paulo por pacientes com Covid-19 chegou a 48% nesta quarta 18. O número é o maior registrado desde o dia 10 de agosto, quando a ocupação nos hospitais da Prefeitura era de 50%. 

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