Em instantes, na tarde desta quarta-feira 22, terá início mais uma negociação para a renovação do acordo coletivo específico do Saúde Caixa, plano de saúde dos empregados da Caixa. As negociações reúnem o Comando Nacional dos Bancários, a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e representantes do banco público.
A representação dos empregados defende que a renovação do acordo específico deve contemplar medidas que não comprometam a renda dos beneficiários e tampouco inviabilize o Saúde Caixa para todos os empregados e empregadas do banco público.
Os empregados da Caixa devem se manter atentos e mobilizados até que seja renovado o ACT do Saúde Caixa, cuja vigência vai até o final de 2023.
Acompanhe o desenrolar da negociação pelo site e redes sociais do Sindicato. Em breve mais informações.
Mobilização
Na manhã e início da tarde desta quarta, antes do início da negociação, empregados da Caixa promoveram Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa, com atos em todo o país. Em São Paulo, a mobilização ocorreu no Prédio do Brás, concentração bancária da Caixa localizada na região central da capital paulista.
Também foi realizada uma mobilização nas redes, com postagem em defesa do Saúde Caixa acompanhadas da hashtag #QueremosSaúdeCaixa.
Negociações
As negociações sobre o Saúde Caixa se intensificaram desde junho e, em novembro, já ocorreram três rodadas com a participação da coordenação do Comando Nacional dos Bancários.
Desde 2004, o acordo coletivo do Saúde Caixa estabelece que, em caso de saldo deficitário, ao final de cada ano, o banco e os titulares serão chamados a arcar com o saldo negativo. Como o estatuto da Caixa, alterado em 2017, estabelece que o banco não pode gastar mais de 6,5% da folha de pagamento com o plano de saúde, e este limite já foi atingido, o ônus total dos déficits recairiam sobre os trabalhadores.
Segundo as últimas apurações apresentadas pela Caixa, o Saúde Caixa acumula déficit de R$ 422 milhões em 2023 e a projeção, para 2024, é de cerca de R$ 660 milhões.
“Desde o início das negociações, cobramos a remoção do teto de 6,5% da folha de pagamentos como limite dos gastos da Caixa com a saúde de seus empregados. E esse ponto deve passar por vários órgãos reguladores”, enfatiza Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
Avanços: déficit 2023 zerado
Nas negociações realizadas nos dias 1 e 9 de novembro, a representação dos empregados conseguiu com que a Caixa se comprometesse a tirar do saldo de déficit as despesas com pessoal de 2021 a 2023 e seguir arcando com estas despesas.
“A solução significa uma redução de R$ 177 milhões no déficit. E, somada ao uso das reservas técnicas e de contingência, zera o déficit deste ano e ainda sobram R$ 40 milhões para ajudar em 2024”, explica Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT.
Outro avanço obtido pelos trabalhadores é o compromisso da Caixa em repassar, a cada seis meses, informações financeiras e atuariais do plano (dados primários), para que os empregados e suas entidades representativas acompanhem o equilíbrio financeiro do Saúde Caixa.
Teto de 6,5%
A representação dos empregados insiste na necessidade de extinção do teto de 6,5% da folha de pagamento como limite da Caixa para custos com a saúde dos empregados, e também na melhoria do atendimento do Saúde Caixa, que passa pela volta das gerências regionais.
