O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a suspensão do lançamento de uma bet da Caixa Econômica Federal. Segundo apurações da Folha e d´o Globo, a ideia pode ser cancelada.
“Uma decisão acertada do governo diante dos riscos que uma plataforma de apostas pode causar na população, já endividada e mentalmente adoecida pelo vício em apostas”, afirma André Sardão, dirigente do Sindicato e empregado da Caixa.
Um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a AGP Pesquisas, revelou que 63% de quem aposta no país teve parte da renda comprometida com as bets. Outros 19% pararam de fazer compras no mercado e 11% não gastaram com saúde e medicamentos.
Um relatório divulgado pelo Banco Central em setembro mostra que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em sites de apostas esportivas, apenas em agosto de 2025. O valor equivale a 21,2% dos recursos distribuídos pelo programa no mesmo mês.
Ainda segundo a autarquia, 24 milhões de brasileiros fizeram ao menos uma aposta desde janeiro. A maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos e gasta cerca de R$ 100 por aposta. Este valor sobe de acordo com a idade. Brasileiros acima de 60 anos gastam uma média de R$ 3 mil em bets. Os dados foram divulgados pelo UOL.
O governo Lula tem insistido na necessidade de aumentar as alíquotas dos impostos das casas de apostas, e decidiu enviar novamente ao Congresso, nos próximos dias, uma proposta que amplia a taxação das bets e fintechs.
“A ideia do chamado ‘centrão’, grupo político que controla a Caixa atualmente, de criar uma bet, vai de encontro à função social do banco, que é financiar políticas públicas em benefício da população. Financiar apostas para seguir a lógica do lucro por meio da exploração da miséria das famílias é um insulto à missão da Caixa”, afirma Chico Pugliesi, diretor do Sindicato e empregado da Caixa.