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Bachelet cobra participação da mulher na política

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Diretora da ONU lamentou, na Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, “baixíssima” representação no Legislativo brasileiro
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São Paulo – A maior participação feminina nos espaços de decisão é fundamental para garantir a igualdade de direitos entre gêneros. Foi o que afirmou a diretora da ONU Mulher, Michelle Bachelet, durante sua participação na 3ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, que aconteceu entre os dias 12 e 15, em Brasília.

A ex-presidenta do Chile lamentou o fato de que menos de 10% dos cargos de governantes no mundo são ocupados por mulheres e citou a realidade brasileira na qual, apesar de uma mulher chefiar o Executivo, a representação do gênero é muito baixa no Legislativo. “O Brasil tem uma mulher presidenta, tem mulheres extraordinárias em todas as áreas, mas tem baixíssima representação no Parlamento. (As mulheres) são menos de 10% na Câmara dos Deputados e cerca de 12% no Senado”, disse Bachelet, acrescentando que a reforma política no Brasil poderia garantir maior participação feminina. “Essa tarefa não é fácil, mas estou convencida de que este é o momento certo para que tenhamos maior participação política”, disse.

Em entrevista ao O Globo, ela voltou a falar do assunto: “Somente 19% dos Parlamentos são representados por mulheres no mundo. Na região, 22%. No Brasil, só 8,4% da Câmara dos Deputados são mulheres, um pouco mais de 12% do Senado são mulheres. Há apenas 20 chefes de Estado ou de governo, entre os 194 países-membros das Nações Unidas”, citou.

Ela também destacou a situação de discriminação das mulheres no mercado de trabalho. “Na economia, há mais mulheres no mercado de trabalho, mas muitas em trabalho informal, menos remunerados e menos qualificados”, e apontou a violência doméstica, o estupro e o tráfico de mulheres como outros graves problemas do gênero. “No mundo, 80% das pessoas vítimas de tráfico são mulheres ou meninas. É uma nova forma de escravidão: a escravidão sexual.”

Apesar de graves e frequentes, os problemas que afetam as mulheres gozam de uma “certa invisibilidade”, afirmou. “Só no ano passado, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) avaliou o impacto específico para as mulheres nas situações de crise. Todos os fenômenos – mudança climática, crise alimentar, crise energética... – sempre impactam a mulher de forma desproporcional.”


Redação, com informações da Agência Brasil e do O Globo - 16/12/2011

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