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IBGE: 46% não fazem atividade física suficiente

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Pesquisa Nacional de Saúde aponta que parcela de brasileiros que praticam exercícios cai conforme aumenta a idade; na faixa de 18 a 24 anos são 35,3%, acima de 60 anos, apenas 13,6%
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Brasília – Quarenta e seis em cada 100 brasileiros não fazem atividade física suficiente no lazer, no deslocamento ou no trabalho, segundo informações divulgadas na quarta-feira 10 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). O IBGE considerou na pesquisa que, para ser suficiente, é preciso praticar uma atividade física por pelo menos 150 minutos por semana.

Ainda segundo a pesquisa do IBGE, o percentual de pessoas que praticam atividades físicas no lazer vai diminuindo de acordo com a faixa etária. De 18 a 24 anos, a proporção é de 35,3%. Essas taxas vão caindo para 25,5% (de 25 a 39 anos), 18,3% (de 40 a 59 anos) e 13,6% (de 60 anos ou mais).

“Sabemos que o sedentarismo está associado a uma série de doenças e precisa ser encarado como um problema de saúde pública. Por isso, é fundamental o desenvolvimento de atividades físicas desde a idade escolar. É um desafio de vida para cada brasileiro e brasileira. Lidar com a dinâmica de práticas físicas diárias e saudáveis requer uma cultura. Isso vem melhorando, mas, à medida em que a gente vai envelhecendo, fica o desafio de ampliar a capacidade de desenvolver atividades físicas diárias”, disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

A pesquisa também mostrou que 28,9% dos brasileiros assistem à televisão pelo menos por três horas todos os dias. “Cada pessoa pode encontrar uma atividade física que seja mais adequada à sua idade, ao seu gosto. É possível fazer isso. Caminhar mais, descer mais as escadas e ficar menos tempo em frente à televisão porque isso faz bem à saúde”, recomendou o ministro.

Álcool – Cerca de 47% dos usuários de bebidas alcoólicas começaram a beber com menos de 18 anos. De acordo com a PNS, 34,5% dos usuários tiveram o primeiro contato com a bebida alcoólica entre 15 e 17 anos e 12,5%, antes dos 15 anos.

Segundo o ministro Arthur Chioro, o mais preocupante é que esses jovens não só começaram a beber cedo, como têm feito uso abusivo do álcool. “É preciso encarar esse uso abusivo por jovens como um problema de saúde pública. O álcool é responsável por muitas doenças e muitos problemas de saúde pública.”

Para Chioro, é fundamental ampliar a fiscalização aos estabelecimentos comerciais, para evitar a venda a menores de idade, já que esse comércio é proibido pela legislação. “Mas também é preciso trabalhar com as famílias, porque, muitas vezes, esse jovem tem acesso à bebida alcoólica no próprio seio familiar, nas festas. Como a bebida é socialmente aceita, se faz todo um rito de iniciação [dentro da família].”

Outro dado apresentado pela pesquisa que, segundo Chioro, é preocupante, é que 24,3% dos usuários de álcool entrevistados assumiram já ter dirigido sob o efeito da bebida. “São mais de 30 mil óbitos por ano relacionados a acidentes de trânsito. Uma parcela considerável desses óbitos é relacionada a pessoas que ingeriram álcool ou drogas e dirigiram. Temos que trabalhar não só para fortalecer os processos fiscalizatórios previstos na Lei Seca, como desenvolver um conjunto de atividades preventivas de educação, saúde e informação”, destaca.

Apesar de não haver estatísticas disponíveis sobre o assunto, o ministro acredita que a proporção de pessoas que dirigiam sob efeito de álcool, antes da Lei Seca, era ainda maior. “Provavelmente esse número era maior antes da Lei Seca. A Lei Seca é uma proteção para a sociedade e portanto deve continuar”, completa Chioro.

Vitor Abdala, da Agência Brasil – 11/12/2014 
 
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