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Zonas sul e oeste concentram explosões a agências

Linha fina
Esse tipo de ação acompanhou alta de outras modalidades criminosas no estado, como roubos e homicídios
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São Paulo – A zona sul de São Paulo aglutinou o maior número de ataques a bancos praticados com explosivos na cidade nos últimos três anos, de acordo com levantamento oficial divulgado pelo Bom dia São Paulo, da Rede Globo. De janeiro de 2012 a novembro de 2014, a região concentrou 97 ocorrências. Desse total, 56 aconteceram só neste ano.

A segunda região com maior número de ocorrências é a zona oeste: 60 nos últimos três anos. Apenas em 2014, foram registradas 32 delas. Os 157 casos nas duas regiões equivalem a 57% dos registrados em toda a capital no período.

O alvo primordial dos bandidos são as agências, que concentram 51% dos ataques a caixas eletrônicos. O levantamento também revela que a grande maioria acontece nas quartas-feiras e de madrugada, entre 1h e às 5h59. Os criminosos quase sempre agem em grupos de seis a 15 homens e com armamento pesado, como fuzis e submetralhadoras.

O interior concentra o maior número de explosões de caixas nos últimos três anos: 1.351, que corresponde a 71% do total. A região central do estado, onde ficam 96 das 187 mineradoras ou pedreiras do estado, concentra a maior parte dos ataques.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse que investiu R$ 9 bilhões em segurança no ano passado. A organização afirmou que atua em conjunto com governos, polícias e Justiça para desenvolver novos padrões de proteção. As medidas já reduziram em 56% o número de assaltos entre os anos de 2002 e 2012, de acordo com a Febraban.

Para o secretário jurídico do Sindicato, Carlos Damarindo, o valor investido pela Febraban é insuficiente e mal aplicado. “Não é questão de investir em valores, é preciso investir na estratégia, dar mais condições de trabalho para vigilantes, dar mais segurança aos bancários e clientes”, afirma o dirigente sindical. “Os arrombamentos com dinamite são uma parte do problema. Temos que combater o sequestro de funcionários e a saidinha de banco. Esses R$ 9 bilhões devem estar sendo investidos na troca de equipamentos, porque não vemos onde estão sendo aplicados”, critica.

Alta geral – O arrombamento de agências bancárias com explosivos não é a única modalidade de crime que aumentou no estado. Dados de novembro da criminalidade da Secretaria de Segurança Pública (SSP), obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo, mostram aumento de 11,99% nos registros de roubo em São Paulo, em comparação ao mesmo mês de 2013.

Os homicídios também tiveram aumento, de 2,27%. No acumulado do ano, há uma queda de 3%, comparando as 3.921 mortes registradas nos 11 primeiros meses de 2014 com as 4.093 do mesmo período de 2013.

Além dos roubos em geral, também aumentaram no ano os roubos de carga – 7,5% no acumulado dos 11 meses – e os furtos de veículos, com crescimento de 5,74% no ano (aumento de 0,56% em novembro). Já os roubos seguidos de morte – os latrocínios – permaneceram estáveis, enquanto durante o ano a queda foi de 0,58%.

Dois tipos de roubos registraram queda no mês: a bancos (-23%) e de veículos (-14,61%). De acordo com o Estado de S. Paulo, o comando da polícia considera esses números importantes, pois os roubos a banco e os de carros quase não têm subnotificação. Ou seja, o banco que é assaltado e o dono do veículo sempre procuram a polícia para registrar o delito – pesquisas de vitimização calculam que cerca de 60% dos crimes não são comunicados à polícia.


Redação, com informações do G 1 e do Estado de S. Paulo – 22/12/2014

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