São Paulo – A luta do Sindicato contra o desmonte imposto pelo governo Temer na Caixa é dura e não tem data para acabar, mas já rende bons frutos para os empregados, população e para o país. Dois dias após o movimento sindical derrotar a tentativa de transformação da Caixa em sociedade anônima, o que abriria portas para a abertura de capital e a privatização, a luta dos trabalhadores conquistou a suspensão do encerramento das atividades da agência Vila Joaniza, bairro da periferia da zona sul de São Paulo, que estava marcado para sexta 15.
“Essa agência foi inaugurada há 4 anos. Uma conquista da comunidade local, especialmente dos movimentos de moradia. É a única agência de banco público na região e opera programas sociais fundamentais para a população como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Além disso, é fundamental para o comércio. A unidade opera R$ 12 milhões em financiamentos imobiliários, R$ 20 milhões em poupança, R$ 24 milhões em crédito e possui R$ 60 milhões em crédito. Quando soubemos do fechamento, através de rumores que circulavam entre os bancários, prontamente organizamos a mobilização pela manutenção da agência”, relata o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa Ricardo Terrível.
Dirigentes do Sindicato estiveram reunidos com a Superintendência Regional (SR) responsável pela agência, nos dias 11 e 12, quando entregaram aos representantes da Caixa documento da Subprefeitura da Cidade Ademar e ofícios do Conselho Participativo de Cidade Ademar e Pedreira e do Centro de Cidadania e Ação Social sul em apoio à manutenção das atividades da unidade. Também foi entregue abaixo-assinado em defesa da agência com mais de cinco mil assinaturas, coletadas em apenas cinco dias de mobilização. A SR se comprometeu em encaminhar a documentação para a matriz do banco.
“Assim como aconteceu na vitoriosa luta pela manutenção das atividades da agência Jardim Camargo Novo, extremo-leste de São Paulo, a união entre Sindicato, empregados, movimentos sociais, população e comerciantes foi fundamental para evitar, ao menos temporariamente, o fechamento da unidade Vila Joaniza”, destaca o também dirigente do Sindicato e empregado da Caixa Francisco Pugliesi, o Chico.
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Entretanto, Chico alerta para a necessidade da continuidade e fortalecimento da mobilização. “O fechamento está suspenso, o que já representa uma primeira vitória. Porém, o Sindicato vai manter a mobilização e os atos na agência até que a Caixa formalize em definitivo a manutenção das suas atividades no local.”
“Não queremos só a manutenção da agência Jardim Joaniza. Queremos a abertura de nova unidade no bairro da Pedreira, antiga reivindicação da população, e nos demais locais que necessitam um banco público, sempre com diálogo com empregados e Sindicato. Queremos mais empregados para a Caixa, mais Caixa para o Brasil. Queremos o fortalecimento, e não a redução, do papel social do banco. Queremos a volta das faixas 1 e 2 do Minha Casa Minha Vida. Sabemos que, após derrotarmos as intenções privatistas do governo Temer em transformar a Caixa em S/A, o ataque agora virá na forma de um esvaziamento do banco, em especial da sua função social. Portanto, seguimos em estado de alerta. Mobilizados e unidos na luta em defesa dessa instituição tão fundamental no desenvolvimento do país e no combate à desigualdade”, conclui Chico.