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Chapéu
#EsseÉMeuBanco

Bancários do Santander param em todo país contra reforma trabalhista

Linha fina
Milhares de funcionários do banco espanhol fazem dia de paralisação contra a implantação de uma série de pontos da nova legislação que enfraquece os direitos, a organização e o poder dos trabalhadores
Imagem Destaque
Foto: Seeb-SP

Acesse a página para informações sobre a Campanha dos Bancários 2018

Bancários do Santander de todo o país estão com suas atividades paralisadas, nesta quarta-feira 20, contra a aplicação de diversos pontos da reforma trabalhista de Michel Temer, encomendada por banqueiros e empresários.

Na base do Sindicato dos Bancários, ficarão paralisadas a sede do banco, conhecida como Torre, onde trabalham mais de 5 mil pessoas; Vila Santander (3,5 mil funcionários); Casa 1 (3,5 mil funcionários); e Casa 3 (1 mil empregados). Além desses centros administrativos, mais de 150 agências não funcionarão.

Truculência da PM

Na Torre, por volta do meio-dia, a PM usou de truculência para impedir a manifestação e o direito à paralisação dos bancários. Mas o Sindicato continuará mobilizado para impedir os abusos do banco.

O Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Santander Contra a Retirada de Direitos é uma reação a 7 ataques aos bancários que, com muito trabalho e dedicação, conquistaram um quarto do lucro global do banco espanhol. O movimento sindical orienta bancários, bancárias, clientes do banco e cidadãos em geral a userem nas redes sociais a hastag #EsseÉMeuBanco, para mostrar que para além do que o Santander vende em sua propaganda - este é o slogan adotado pelo banco -, existe uma empresa que explora trabalhadores e clientes.

“A paralisação acontece em todo o Brasil para que o Santander entenda a importância da negociação coletiva ante os acordos individuais como ele tem feito com seus funcionários. O banco tem obrigado seus trabalhadores a assinar acordos de horas individuais e não está pagando as horas extras. Além disso, mudou a data do pagamento e está fazendo a divisão das férias em 3 vezes, unilateralmente. Somos contrários à reforma trabalhista, que coloca o banco e os funcionários negociando diretamente”, ressalta Ivone Silva, presidenta do Sindicato.

“Essa reforma trabalhista é uma encomenda dos empresários e banqueiros ao governo Temer, e os Executivos do Santander saíram na frente implantando diversos pontos dessa nova legislação que visa enfraquecer a organização dos trabalhadores”, afirma Marcelo Gonçalves, dirigente sindical e bancário do Santander.

Para o dirigente, “Michel Temer é um preposto do presidente do Santander, Sérgio Rial, e ele já está aproveitando para usar seu presente de Natal, que será o aumento da lucratividade da empresa que comanda por meio da retirada de uma série de direitos dos bancários.”

Segundo o ex-presidente do Sindicato e dirigente da Contraf-CUT  Luiz Cláudio Marcolino, "está é a primeira greve ainda em 2017 que está acontecendo contra a reforma trabalhista no Brasil". "O Itaú, em 1995, tentou fazer, a exemplo do Santander, a comissão individual de trabalho, e foram quatro meses de mobilização dos trabalhadores e do Sindicato, o mque obrigou o banco a voltar atrás", ressalta Marcolino.

"Ou o Santander revoga todas as medidas que tomou de forma unilateral, desrespeitando os trabalhadores, ou essa paralisação continuará por muitos dias", acrescenta. 

“O governo Temer e os executivos do Santander estão tentando vender a ideia de que o individualismo é uma modernização das relações de trabalho, mas individualmente os trabalhadores não têm força para negociar com o empregador, que detêm o poder econômico e a prerrogativa de demitir aqueles que não aceitarem os termos do empregador. O que irá ocorrer nessas negociações individuais será a imposição dos interesses do banco”, alerta Marcelo Gonçalves.  

“O principal objetivo dessa nova legislação é enfraquecer a organização dos trabalhadores, enquanto a classe patronal está agindo de forma conjunta e coordenada, seja dentro das empresas e bancos, seja na Fenaban, na Fiesp, ou no Congresso Nacional, onde mais de 300 dos 594 parlamentares são empresários ou ruralistas”, complementa.

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