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Chapéu
Mistério!

Itaú, cadê os bancários contratados?

Linha fina
Em reunião com sindicatos, banco informou que fechará o ano com saldo positivo de contratações. Entretanto, trabalhadores denunciam número cada vez maior de demissões, sem reposição de quadro
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Arte: Fabiana Tamashiro

São Paulo – Em reunião com sindicatos, representantes do Itaú informaram que o banco fechará o ano com saldo positivo de contratações. Entretanto, o Sindicato recebe cada vez mais denúncias de bancários sobre número cada vez maior de demissões, sem reposição de quadro.

“Bancários nos procuram para falar que diariamente colegas são demitidos, sem reposição. Já nos Centros de Tecnologia, o Itaú corta custos com a rotatividade, uma vez que demite trabalhadores e contrata outros com salários inferiores. Recentemente, ocorreram muitas demissões no CAT, e agora chovem denúncias sobre demissões no ITM”, relata o dirigente do Sindicato e funcionário do Itaú, Maikon Azzi.

“Realmente, no balanço do banco no terceiro trimestre o saldo de contratações era positivo. Isso nos faz questionar onde estão esses trabalhadores, uma vez que a situação em agências e departamentos é extremamente difícil, com elevada sobrecarga de trabalho”, acrescenta.

Para Maikon, uma hipótese é de que esses contratados estão alocados em agências digitais, nas quais o Itaú veta o acesso do Sindicato, em evidente prática antisindical. 

“Não sabemos se estes trabalhadores estão nas unidades digitais e nem temos como verificar as condições de trabalho, uma vez que somos impedidos pelo banco de entrar nesses locais. Contamos somente com as denúncias dos bancários, que semanalmente relatam diversos problemas como assédio moral, pressão, rankings individuais de desempenho, problemas de estrutura e muitas outras queixas que o banco nega a todo o momento. Agora, se está tudo bem nas agências digitais, qual a razão para impedir o acesso do Sindicato?”, questiona.

De acordo com o dirigente, o aumento do nível de emprego no Itaú é uma boa notícia, mas ressalta que a criação de vagas deve ser qualificada, com boas condições de trabalho e garantia de direitos conquistados com muita luta pela categoria bancária.

“Temos de deixar claro para o Itaú que não adianta gerar empregos precarizados, com baixa remuneração e ausência de direitos. Essa é a tática do governo Temer com a reforma trabalhista: inflar os dados de empregabilidade no país através de contratos sem qualquer direito e baixíssima remuneração, que no caso dos intermitentes pode ser menor que um salário mínimo. Aceitar um emprego precário, onde o trabalhador é explorado, é uma volta à escravidão”, enfatiza Maikon.

O Sindicato cobra que o Itaú aponte onde estão alocados os novos contratados e libere o acesso dos representantes dos bancários nas agências digitais.

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