São Paulo – Mesmo tendo sido cobrado pelo movimento sindical, o Bradesco continua descumprindo a cláusula 65 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e criando obstáculos para a liberação do salário emergencial aos bancários afastados. Denúncias confirmam essa prática desumana na instituição.
“Estou há meses solicitando o salário emergencial para o banco e eles estão me enrolando. O médico do trabalho me deu inapto e eu não voltei a trabalhar. Minha nova perícia é somente em janeiro de 2018. Estou desesperado, pois preciso pagar as minhas contas. O acerto do INSS referente à primeira perícia ainda não saiu porque falaram que o banco informou a eles que eu já tinha voltado e feito o acerto dos valores comigo. O que não é verdade”, relata um bancário afastado.
Logo após a extinção do pedido de reconsideração (PR) implantado pelo governo Temer, o banco suspendeu o pagamento do salário emergencial.
O Sindicato solicitou ao banco que reconsiderasse essa decisão, o que foi feito. Porém, a quantidade de bancários que tem esse direito negado voltou a aumentar no último período.
O Sindicato está analisando todos os casos e busca uma solução para esses trabalhadores. “Isso é um absurdo. O banco não pode negar o pagamento desse salário já que os trabalhadores se encontram inaptos pelo médico do trabalho e ainda aguardam a perícia do INSS. Sem esse salário, os bancários afastados chegam a ter extrema dificuldade financeira, o que acaba agravando ainda mais a saúde e o priva de atender às suas necessidades básicas”, ressalta Alexandre Bertazzo, funcionário do banco e diretor do Sindicato, que completa:“o adiantamento do salário está na cláusula 65 da CCT e é um direito que já existe há mais de cinco anos. O banco não pode dificultar o acesso a essa conquista. Tomamos conhecimento de que somente o Bradesco está agindo assim. Outros bancos seguem o que foi acordado. Vamos continuar cobrando até que o Bradesco mude a sua postura”, finaliza.