Funcionários e clientes de uma agência do Itaú na Rua Cardoso de Almeida, no bairro de Perdizes, sofrem com as altas temperaturas do verão há mais de 20 dias. No dia 16 de novembro, o sistema de ar-condicionado falhou e a única providência tomada pelo banco, cujo lucro já alcançou R$ 19,25 bilhões este ano (até setembro), foi espalhar alguns ventiladores pela unidade. Além disso, a unidade, que é grande e atende um número alto de clientes, está funcionando apenas com um banheiro, porque o outro está interditado também há mais de 20 dias.
O Sindicato vem cobrando solução desde o início dos problemas, mas diante da falta de resposta do banco, resolveu paralisar a unidade nesta quinta-feira 6. “Fechamos a agência durante todo o dia, em protesto contra esse descaso do Itaú. E nossa ação recebeu o apoio dos usuários e dos comerciantes do entorno”, relata o dirigente sindical e funcionário do Itaú, Amauri Silva.
Amauri explica que o primeiro contato com o banco foi feito no mesmo dia em que o aparelho falhou. O banco informou que uma peça da máquina é importada e demandaria tempo para repor. “Mas já se passaram 21 dias e os bancários continuam trabalhando em condições insalubres, sofrendo com o calor. Os ventiladores que espalharam não dão conta porque a agência é grande e está sempre lotada. Aliás, o Itaú, que vive falando de responsabilidade social em suas propagandas na TV, mostra que na verdade não respeita nem os trabalhadores e nem os clientes”, critica.
O dirigente informa ainda que a agência, que é a de número 0383, possui cerca de 20 funcionários. “É um total desrespeito. Com lucros bilionários, o Itaú pode resolver isso ou pelo menos conseguir uma solução provisória mais eficiente do que alguns ventiladores. Vamos continuar mobilizados até uma solução”, reforça Amauri.
Nesta quinta-feira, durante a paralisação, a empresa de manutenção foi chamada para consertar o banheiro, mas até o final da atividade ele continuava interditado. O banco também não deu prazo para o conserto do ar-condicionado e nem apresentou medidas paliativas mais eficazes. “Atitude como essa só força o Sindicato a continuar paralisando a agência até obtermos uma solução para o desconforto que o banco impõem a trabalhadores e clientes”, avisa o dirigente.