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Sindicato se reunirá com Nubank para cobrar melhores condições de trabalho

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Imagem de uma mesa de reunião

Na próxima terça-feira, 16 de agosto, o Sindicato irá se reunir com representantes do Nubank para cobrar melhores condições de trabalho para os analistas da área de Fraude. A reunião contará com a presença de Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. O encontro será realizado no Spark, na Vila Leopoldina, onde está localizado o escritório da área de Fraude do Nubank.

O Sindicato recebeu diversos relatos em relação à pressão para cumprimento de metas, além de regras que muitas vezes mudam no “meio do jogo”, com entregas em tempo cada vez menor, situação que leva os trabalhadores a uma estafa física e mental, colocando em risco a saúde dos analistas.

Diante desta situação, o Sindicato tem atuado constantemente, há cerca de 1 ano, com publicações de matérias no site e através de atividades sindicais com o objetivo de estabelecer diálogos com representantes do Nubank, cobrando melhores condições de trabalho na área de Fraude. 

Em carta enviada ao Nubank, em junho deste ano, o Sindicato enfatizou que o banco é signatário do Pacto Global da ONU. 

“O Nubank é signatário do Pacto Global da ONU, no qual, entre os 10 princípios universais está o de Trabalho, que declara que ´empresas socialmente responsáveis não apenas respeitam os direitos dos seus trabalhadores, mas também trabalham ativamente para melhorar as condições laborais´ e, ainda, destaca a garantia de ´que todas as pessoas possam desfrutar de um ambiente de trabalho seguro, saudável e justo, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável´”, diz trecho da carta.

Entre os pontos que o Sindicato irá cobrar do Nubank na reunião, estão:

  • Respeito à saúde mental e física dos analistas;
  • Pedido de reconsideração das métricas, com aumento do “time spent” e do “peso dos jobs”;
  • Preservação das carreiras e do emprego: que o “PIP” seja, tão somente uma ferramenta de apoio, e não uma ferramenta para demissão. 

“Na reunião da próxima terça 16, vamos cobrar o Nubank para que garanta condições de trabalho adequadas aos analistas da área de Fraude. É insustentável que essa situação permaneça da forma como está, com uma pressão para o cumprimento de metas, com a exigência de fazer cada vez mais em menos tempo. Assegurar um ambiente de trabalho seguro e saudável é o mínimo”

Marcelo Gonçalves, dirigente do Sindicato

Confira abaixo alguns relatos de trabalhadores do Nubank, que tiveram sua identidade preservada:

“Saí recentemente do Nubank, mas na minha vivência eu presenciei cobranças exageradas da parte da gestão e alguns coordenadores, onde a entrega de metas era em torno de 130% a 150%, e não eram consideradas boas para alcançar reconhecimento. Além do que o peso dos jobs e time spent vinha sempre diminuindo muitas vezes ao longo do tempo, e dificultando cada vez mais a entrega, e diziam que isso era para obrigar o funcionário a permanecer cada vez mais na ferramenta. Nos sentíamos muito pressionados”

“A gestão tem um comportamento crônico de mudar discursos, decisões e regras no meio do jogo, o que impacta o ciclo, a performance e avaliações dos analistas. Isso, por vezes, sem qualquer aviso prévio e sem considerar as nuances na hora de avaliar os funcionários. Há um clássico episódio desse no `slack´, no qual a gestão informou sobre uma decisão e, depois de 2 meses, voltou atrás. Essas confusões nas decisões deixa-nos confusos e impacta negativamente o nosso cotidiano. Gera insegurança e incerteza. Houve questionamento por parte de líderes sobre a decisão, mas nada mudou. Aí a cabeça da gente não aguenta”

“No time de Fraude, nos últimos tempos, as metas estão sendo totalmente abusivas e difíceis de entregar. A pressão psicológica dos líderes para a entrega acima do esperado está acabando com a saúde mental de muitos"

“A equipe de qualidade implementa alterações nos scorecards sem prévio alinhamento e comunicação. Eles fazem anotações nas avaliações de monitoria que podem resultar em uma queda significativa de pontuação. E as notas são utilizadas para nos avaliar e somos pressionados a alcançar uma classificação que muitas vezes é inatingível” 

“Há alguns meses atrás foi implementada mudança com o ´OpExPlan` para revisar metas e ´adequar a realidade da operação. Mudança na análise de performance dos analistas. Fazer cada vez mais em menos tempo. Diversos analistas que conseguem atingir as metas de tempo, não performam tão bem na qualidade. E analistas que performam bem em qualidade, não conseguem atingir as metas de tempo”

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