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Chapéu
Não à privatização!

Sindicato amplia convocação em defesa da Caixa

Linha fina
Com informações de que governo Temer pretende anunciar venda do banco federal, Sindicato aponta caminhos para ampliar resistência nas ruas e nos gabinetes; dia 18 tem audiência pública em São Paulo, compareça!
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Foto: Mauricio Morais (arquivo)

São Paulo - Desde que Michel Temer começou a ensaiar o golpe contra a presidenta legitimada pelas urnas, Dilma Rousseff, o Sindicato já declarava em alto e bom som que a conspiração que o então vice-presidente arquitetava não era contra Dilma, mas contra o povo brasileiro. Agora, no último trimestre do ano, mais um capítulo dessa trágica história começa a ser escrito, agora contra os empregados da Caixa e por tabela toda a sociedade, atingindo em cheio especialmente os mais necessitados.

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De acordo o jornal digital Relatório Reservado, voltado para o mundo empresarial, Temer já decidiu privatizar a Caixa e fará o anúncio oficial no final do ano, depois da privatização da Eletrobras. De acordo a publicação, de segunda-feira 9, “a responsabilidade pelo destino da privatização está nas mãos do presidente da Caixa, Gilberto Occhi”.

"Sempre foram muito claras as intenções do governo ilegítimo de Temer de entregar o patrimônio público brasileiro para os grandes banqueiros e empresários, afinal foram eles que financiaram sua alçada ao poder. E desde então reagimos. Agora mais uma dessas intenções está começando a se concretizar, então está mais do que na hora de os empregados ampliarem a resistência, sob pena de verem seus empregos irem por água abaixo junto com um dos maiores patrimônios do país", convoca Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).

Ruas e gabinetes - A ameaça de privatização dá ainda mais importância à participação dos empregados da Caixa na audiência pública marcada para o dia 18, na Câmara Municipal de São Paulo. É uma quarta-feira e começa às 19h. Será o quarto encontro, de uma série de seis já agendados na base do Sindicato. Antes foram realizadas em Embu das Artes, Carapicuíba e Barueri.

A intenção é detalhar à população os riscos do desmonte dos bancos públicos para os municípios do estado de São Paulo. O debate é aberto e basta aparecer para participar. "Reúna colegas de trabalho e compareça. É o seu futuro e o futuro de nossa sociedade que está em jogo", convoca Dionísio. Além de São Paulo, há audiências públicas ocorrendo pelo restante do país.

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A resistência organizada pelos empregados está também nas ruas, com atos em defesa dos bancos públicos por todo o Brasil. Em São Paulo e cidades adjacentes, o Sindicato organiza protestos às quartas-feiras. "Os empregados precisam entrar em contato conosco para realizarmos mais protestos, em regiões às quais ainda não fomos ou em alguma que já estivemos", acrescenta Dionísio.

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Para entrar em contato, além de comparecer à entidade (a sede fica na Rua São Bento, 413, centro de São Paulo), os bancários podem ligar para o 3188-5200 ou mandar mensagem via WhatsApp pelo 97593-7749. O sigilo é garantido! 

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"Também estamos articulando mais um grande ato nacional em defesa da Caixa", acrescenta Dionísio. "Já demos grandes mostras de poder de organização e resistência aos ataques do governo Temer com greves gerais, marcha a Brasília, campanhas, dentre outras ações". A mais recente foi no dia 3, no Rio de Janeiro, e destaca-se também o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, realizado em junho, em Brasília. Dele, derivam-se frentes estaduais, como a de São Paulo, que vêm sendo lançadas paulatinamente nos últimos meses. Na segunda 9, foi em Porto Alegre.

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Caixa, emprego e justiça social - Um dos pontos mais marcantes dos ataques de Temer contra o patrimônio brasileiro é a redução da Caixa Federal. Segundo balanço divulgado pelo banco no fim de setembro, em apenas 12 meses foram eliminados 5.486 postos de trabalho e o número de estagiários e aprendizes caiu 3.626. As previsões de fechamento de agências já batem na casa da centena.

Na Caixa, o corte de postos de trabalho, e consequente redução do banco, traz um resultado ainda mais cruel: a perda de fôlego do marcante combate á injustiça social promovido pelo governo federal na década que antecedeu o golpe. Sem o banco, o abismo social no Brasil, um dos maiores do mundo, só tende a aumentar.

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Somente no primeiro semestre de 2017, por exemplo, a carteira imobiliária da Caixa totalizou R$ 421,4 bilhões, boa parte voltados ao financiamento para famílias de baixa renda. As operações de saneamento atingiram R$ 80 bilhões. 

Fora isso, entre janeiro e junho, foram pagos cerca de 78,5 milhões de benefícios sociais, num total de R$ 14,2 bilhões, sendo R$ 13,7 bilhões referentes ao Bolsa Família. Em relação aos programas voltados ao trabalhador, a Caixa realizou 196 milhões de pagamentos, que totalizaram R$ 176,6 bilhões. Também foram realizados 33,7 milhões de pagamentos de aposentadorias e pensões aos beneficiários do INSS, correspondendo a R$ 40,7 bilhões. Ao final de junho, o banco possuía 84,1 milhões de correntistas e poupadores.

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"Se a Caixa for privatizada, todo esse trabalho social cai por terra e em pouco tempo. Banqueiro não quer saber de investir nos pobres, em ações pautadas pelo social. Querem saber apenas dos lucros, independente do tamanho das consequências. O caminho do país não pode ser esse. Tem de ser do emprego e da justiça social e, para isso, precisamos da Caixa 100% pública", finaliza Dionísio.

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