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Luta!

Bancários do Santander reagem massivamente contra reforma trabalhista

Linha fina
Trabalhadores paralisaram atividades em centros administrativos e centenas de agências por todo o país contra pontos da nova legislação que estão sendo implantados pelo banco
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Foto: Seeb-SP

São Paulo – Trabalhadores do Santander de todo o país paralisaram as atividades nesta quarta-feira 20 contra pontos da reforma trabalhista que estão sendo implantados pela direção do banco espanhol. O Dia Nacional de Luta realizado nesta quarta-feira 20 é uma reação à retirada de direitos dos empregados da filial brasileira que responde por 26% do lucro global da maior instituição financeira da zona do euro.

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Na base do Sindicato, foram paralisadas a sede do banco, conhecida como Torre, onde trabalham mais de 5 mil pessoas; Vila Santander (3,5 mil funcionários); Casa 1 (3,5 mil funcionários); e Casa 3 (1 mil empregados). Além desses centros administrativos, bancários de mais de 210 agências aderiram ao protesto.

"O objetivo do protesto é reivindicar que o Santander revogue as medidas tomadas unilateralmente, de forma autoritária, em total desrespeito aos trabalhadores e seus representantes, mostrando ser um banco antissindical. E abra imediatamente negociações sobre os pontos de banco de horas com acordo individual, que é inconstutucional, sobre fracionamento de férias, alteração de datas de pagamentos, o aumento de 20% no plano médico e pelo fim das demissões", destacou a diretora executiva do Sindicato e bancária do Santander Rita Berlofa.

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"Uma empresa transnacional tem que respeitar a cultura, a legislação onde quer que esteja e tratar com respeito seus trabalhadores. Não é essa a postura do Santander nos EUA onde ameaça com demissão os trabalhadores que querem o acesso ao direito fundamental de se organizarem em sindicatos", acrescenta Rita Berlofa, que preside a UNI Finanças Mundial, braço da UNI Global Union (sindicato global que representa mais de 20 milhões de trabalhadores no mundo). "Não aceitaremos essa forma autoritária imposta pelo novo presidente do banco no Brasil, Sérgio Rial", conclui. 

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Bancários na luta– “Tem que ter protesto. O pessoal tem que acordar, entender e abrir os olhos, porque isso é só o começo. O Santander está saindo na frente no corte de direitos. O banco já está terceirizando vários setores, isso é visível”, afirmou um bancário da Torre.

“Está tendo muita demissão, o pessoal tem que se conscientizar, tem gente contra o protesto, mas a ficha desse pessoal ainda não caiu. Quando começarem a sentir no bolso, vão perceber”, afirmou outro. 

“Eu acho que a reforma trabalhista teve grande influência da Fenaban, dos empresários. E o governo ainda não conseguiu fazer o que ele quer, que é a reforma da Previdência”, opinou um colega.

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“Essa paralisação é necessária pela conjuntura e não só pelo que está acontecendo no Santander. Eu já sou aposentada e não deveria estar preocupada, mas estou. Os jovens é que deveriam estar bem mais preocupados”, opinou uma colega. 

“Isso que o Santander está fazendo é só o começo. Com essa reforma muita gente vai ter que se sujeitar a trabalhar como prestador de serviço com um monte de direito a menos que demoraram anos para ser conseguidos com muito sufoco. A luta nossa vai ter que ser muito árdua”, afirmou um funcionário da Torre. 

Apoio – O apoio dos bancários ao protesto desta quarta-feira foi intenso. “Ter um emprego é algo de muito valor nos dias de hoje. Entender isso e se dedicar ao trabalho é um dever de todos nós. Agora ter um grupo forte nos apoiando, trazendo força e mostrando que não estamos sós é para poucos”, afirmou um bancário, em mensagem de apoio à manifestação pelo WhatsApp. 

“O principal objetivo dessa nova legislação é enfraquecer a organização dos trabalhadores, enquanto a classe patronal está agindo de forma conjunta e coordenada, seja dentro das empresas e bancos, seja na Fenaban, na Fiesp, ou no Congresso Nacional, onde mais de 300 dos 594 parlamentares são empresários ou ruralistas”, afirma o dirigente sindical Marcelo Gonçalves.

Banco impactado – De acordo com os bancários, o Santander foi  bastante afetado pelo protesto. O Sindicato apurou que o banco apresentou altos índices de problemas nas operações online, site, acesso à conta e acesso remoto, e compras via cartão de débito e crédito. 

“O executivos do banco perderam muito dinheiro hoje”, afirmou uma funcionária. “Pelas mensagens que recebemos, o impacto foi grande. Projetos sendo comprometidos. Reuniões de definição sendo canceladas. Cursos sendo remanejados. Um funcionário às vezes incomoda muita gente, mas a união sindical incomoda muito mais. Sou grato por sentir a força de vocês. Contem com meu apoio”, acrescentou um colega.

Cartaz fixado na fachada de uma lanchonete em São Paulo, na quarta-feira 20, mostra que mobilização afetou o sistema do banco


Truculência da PM - Na Torre, por volta do meio-dia, a PM usou de truculência, e agiu sem nenhuma notificação judicial, para defender os interesses do banco e impedir a manifestação e o direito à paralisação dos bancários. Mas o Sindicato continuará mobilizado para impedir os abusos do Santander.

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