São Paulo - São Paulo começou bem pertinho da sede do Sindicato. Há cerca de 500 metros do Edifício Martinelli, no centro da capital, fica o Pateo do Colégio onde em 25 de janeiro de 1554, uma missa celebrava a criação da cidade.
Passados 458 anos, o então povoado de Piratininga transformou-se numa das maiores metrópoles do mundo, com 11 milhões de habitantes de mais de 70 nacionalidades diferentes, brasileiros de todos os estados, tribos, raças e crenças.
A cidade recebe generosa, mas mantém entre seus cidadãos desigualdades profundas. No último dia 18, a Rede Nossa São Paulo divulgou os resultados da pesquisa Irbem (Indicadores de Referência do Bem-Estar do Município de São Paulo), realizada pelo Ibope. Nela, os paulistanos contaram o que pensam sobre a cidade. Foi apresentado, ainda, o Quadro de Desigualdade de São Paulo, feito a partir de indicadores das subprefeituras. É a desigualdade social, aliás, uma das áreas com o menor nível de satisfação entre os 1.512 entrevistados da pesquisa.
Alguns indicadores dão dimensão do problema. Há 16,59 livros por habitante em bibliotecas municipais no distrito da Sé. No Grajaú, no entanto, o número é próximo a zero. A região da Consolação conta 46,06 leitos hospitalares por mil habitantes. Na Cidade Ademar novamente o índice é zero.
Há outras informações ainda mais estarrecedoras. A gravidez na adolescência (mães com 19 anos ou menos) no bairro de Moema tem índice de 0,86%, mas sobe para assustadores 20,54% em Marsilac. Enquanto a mortalidade infantil é de 1,91 a cada mil nascidos vivos no Cambuci, o indicador chega a 24,92 no Jaguará. O índice de mortes por homicídios em cem mil habitantes é de zero no Alto de Pinheiros e bate a casa dos 144,30 no bairro do Socorro.
Para o coordenador-geral da Rede, Oded Grajew, os dados revelam uma desigualdade “aviltante e vergonhosa” na capital paulista, indicadores de uma sociedade “eticamente doente”.
Outro dado apontado pelo estudo está entre as principais preocupações dos bancários, aferida em pesquisa feita pelo Sindicato para seu planejamento, em novembro passado: a mobilidade na cidade. Sobre o tempo médio gasto no trânsito para realizar todos os deslocamentos diários, a melhor média está na região norte, e não é nada boa: duas horas. Na zona leste, o tempo sobe para ultrajantes 3 horas e 33 minutos. Veja o estudo completo.
“São Paulo merece mais carinho, mais cuidado”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Cada um de nós paulistanos, nascidos aqui ou que como eu adotaram a cidade, temos de dar à nossa capital mais atenção nas ações diárias, contribuindo para melhorar o ambiente e as relações entre os cidadãos. Isso requer mais planejamento do poder público, que hoje não se mobiliza. E nisso também podemos ajudar: na hora de votar, precisamos estar certos de que a administração que escolhermos repensará os rumos dessa grande metrópole.”
Festa de aniversário
Além de contar com mais de 280 salas de cinema, 180 teatros, cerca de uma centena de centros culturais e museus, 12,5 mil restaurantes com 52 tipos de cozinha de todas as partes do mundo, a cidade de São Paulo vai oferecer uma série de eventos especiais para comemorar seus 458 na quarta 25. Veja aqui alguns dos principais, gratuitos, e acompanhe outros por aqui.
• No Pateo do Colégio (Centro), das 9h30 às 12h: palestras e debates São Paulo do Futuro e show da banda Tulipa Ruiz.
• Na Casa das Rosas (Avenida Paulista, 37), das 15h às 20h: Sarau temático Sampoemas. Saiba mais aqui.
• Parque da Juventude (Avenida Zaki Narchi, 1.309, Santana), às 18h: show Paralamas do Sucesso.
• No Vale do Anhangabaú (Centro), das 9h às 21h: 5º Vale da Participação e Parceria com diferentes atrações musicais.
• Na Praça da República (Centro), às 20h: show com Ney Matogrosso.
• No Centro de Tradições Nordestinas (Rua Jacofér, 615, Bairro do Limão), a partir das 22h: show Forrópoeira.
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Cláudia Motta - 24/1/2012